Prato, Ansa - Na Itália os desembarques em 2009 foram 9.573 contra os 36.951 de 2008, com uma redução de 74% sobre uma base anual.
"Este é um resultado importante, fruto do acordo com o governo líbio. A redução é de 90% se considerarmos o período da entrada em vigor do Acordo de amizade, associação e cooperação assinado no ano passado com esse país africano", afirmou na manhã de ontem o ministro italiano do Interior, Roberto Maroni.
Segundo o citado acordo, em troca de cooperação em diversas áreas, a Líbia recebe de volta as embarcações de imigrantes interceptadas ainda em alto-mar, antes do seu desembarque na costa italiana.
Quanto ao gerenciamento das repatriações, Maroni destacou que nos últimos dois anos 42.595 pessoas foram devolvidas a seus países de origem. "Enfrentamos dificuldades nestas operações e nesse sentido cobramos uma maior atuação da Europa, porque um Estado não pode arcar sozinho com todo esse peso, principalmente os que são - como a Itália, os principais destinos dos clandestinos. Tenho a impressão que as coisas estejam mudando. As medidas adotadas pela Itália no combate à imigração clandestina são mais eficazes que as adotadas por outros governos europeus", comentou Maroni.
O governo italiano aposta na ideia de que cada região italiana deveria ter "um centro de identificação e expulsão. Estamos na fase da avaliação desses locais, ouvindo as autoridades locais, das regiões e das províncias", especificou o ministro.
"Estamos fazendo muito na frente da prevenção, acrescentou Maroni. O aviso que se espalha nos países do Magreb é que a Itália já não é o país onde é possível desembarcar e permanecer sem problemas. Não por acaso o último desembarque aconteceu na Córsega".
A propósito, hoje (26) o chanceler italiano Franco Frattini elogiou a postura do presidente francês Nicolas Sarkozy, que no domingo (24) afirmou que a França não aceitará os imigrantes clandestinos e não dará asilo a eles, em se referindo aos cerca de 120 curdos encontrados na última semana em uma praia francesa.
"Não deixarei a França desarmada frente a um fenômeno como o que assistimos na Itália", disse Sarkozy em entrevista à imprensa local.
Na mesma intervenção, o mandatário declarou que proverá "o necessário" ao grupo encontrado na sexta-feira (22) em uma praia da Córsega, "mas os clandestinos não terão direito a asilo. Isso é fundamental para conter todos os outros criminosos, os traficantes" de seres humanos.
Sarkozy se "referia obviamente à Itália do fim de 2008, quando o país absorvia centenas de imigrantes", esclareceu o chanceler italiano, que reiterou que os novos controles do país, em vigor desde o início de 2009, levaram o fenômeno do fluxo migratório "a uma redução drástica de 90%".
Frattini insiste que toda a Europa deveria empenhar-se na promoção de uma política comum em relação à imigração ilegal.
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