Pobreza faz italianos e os vindos de fora brigarem no mercado de trabalho. E a presença da máfia calabresa só complica o conflito.
Rachel Donadio
Do New York Times, em Rosarno
Os números oficiais mostram que há 1.600 agricultores nesta cidade, apenas 36 deles italianos. A realidade, exposta pelos conflitos violentos ocorridos aqui no início de janeiro, era muito diferente: cerca de 1.200 estrangeiros, a maioria deles africanos, ganhavam cerca de US$ 30 por dia, sem registro, colhendo laranja e tangerina. Agora que a cidade está sem mão-de-obra estrangeira, as frutas permanecem nas árvores.
Em outros locais, não se pode viver com US$ 30 por dia. Porém, esta é uma das partes mais pobres da Itália, e os moradores locais não ganham muito, mesmo que a maioria não colha frutas.
"Quem está cuidando de nós?", pergunta Maria Amato, de 39 anos, dona de casa. "Até poucos dias atrás, nós não existíamos."
De um ponto de vista geral, a maior revolta de imigrantes jamais vista na Itália – chocante aqui não apenas pelo ira dos imigrantes, pois alguns deles entraram em conflito com moradores locais, mas também pelos ataques a eles por parte dos moradores da cidade – afeta profundamente a difícil evolução da Itália: de um país de emigrantes para um país que recebe imigrantes.
Visto em 11 de janeiro, local onde ocorreram os confrontos entre imigrantes, moradores locais e policiais na cidade italiana de Rosarno. (Foto: The New York Times)
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