segunda-feira, 31 de maio de 2010

Brasileiro procura esposa italiana que estava em comboio atacado


Angela Lano(imagem do http://www.angelalano.com/)

Angela Lano é jornalista e casada com o brasileiro Fernando Lattarulo.   Família do brasileiro em Brasília já pediu ajuda ao Itamaraty.

Iara Lemos, Do G1, em Brasília - O chefe de cozinha brasileiro Fernando Lattarulo, 41 anos, que tem nacionalidade italiana, está à procura da esposa que estava no comboio de navios de ajuda humanitária atacado por tropas israelenses na madrugada desta segunda-feira (31). Angela Lano, 47 anos, é jornalista e mantém uma agência de informações sobre a palestina. A família de Fernando, que mora em Brasília, já pediu ajuda ao Itamaraty para localizar a jornalista.     

Na Itália, a última informação que Fernando recebeu do comitê de crise do governo italiano, que está acompanhando o caso, é de que três italianos teriam sido colocados em uma espécie de campo com outros integrantes do comboio. Não há informações sobre a identidade dos italianos, nem se estariam feridos. Fernando segue tentando falar com a esposa pelo telefone celular, que desde a madrugada está desligado. Por telefone, Fernando disse ao G1 na tarde desta segunda-feira que o comitê de crise italiano informou que, para serem libertados, os presos teriam de assinar um documento afirmando que cometeram um ato terrorista contra Israel.

 A informação que o comitê de crise do governo da Itália passou é que eles teriam de assinar um documento dizendo que cometeram um ato terrorista contra Israel. Minha mulher nunca vai assinar um documento desses pelo que conheço dela. Não foram eles que cometeram um terrorismo contra Israel, foi Israel que cometeu um ato terrorista contra o mundo, impedindo que a ajuda humanitária chegasse ao destino", afirmou Fernando.

Em Brasília, a sobrinha de Fernando, a jornalista Fernanda Lattarulo, pediu ajuda ao governo brasileiro para localizar a jornalista.

 
" Pediamos um respaldo ao Itamaraty para que eles conseguissem informações sobre a Angela. Eles falaram que iriam tentar, mas até agora, nada. Eles (Itamaraty) ainda nos ligaram no final da tarde dizendo que ainda não tinham notícias", disse a sobrinha de Fernando.

De acordo com os familiares, Angela tentou por três vezes embarcar nos navios que levavam ajuda humanitária para os palestinos na Faixa de Gaza, mas devido a problemas na documentação, não conseguia viajar. A última postagem de Angela no site que mantém foi às 22h50min, hora na Itália (3h em Brasília) dizendo que "neste momento, navios da marinha de Israel estão interceptando o Frota da Liberdade". Um pouco mais tarde, 7h no horário de Brasília, Angela teria feito o último contato com o marido brasileiro, que mora em Turim, na Itália. Angela e Fernando têm um filho de 11 anos, que tem nacionalidade brasileira.

"Ela falou que o navio estava cercado e desde então não sabemos mais notícias", conta Fernando.


Brasileira que estava no barco atacado está viva e bem, diz Israel
Do G1, com agências internacionais - As autoridade de Israel localizaram a brasileira Iara Lee, que estava a bordo do comboio humanitário atacado nesta segunda-feira (31) a caminho da Faixa de Gaza.     Ela estava na embarcação atacada. O ataque deixou pelo menos nove ativistas mortos e vários feridos.   Na lista de passageiros, constava como cidadã norte-americana.

A brasileira Iara Lee. (Foto: Reprodução)

Iara Lee está em boas condições de saúde, segundo a Embaixada de Israel no Brasil, e teria recusado a opção de deixar o país voluntariamente.    Neste momento, ela está detida pelas autoridades israelenses, aguardando ser deportada.   O Itamaraty, que já foi informado pelo Embaixador de Israel, Giora Becher, segundo a embaixada, também recebeu a confirmação da Embaixa do Brasil em Israel.   Iara Lee é uma brasileira com ascendência coreana. Ativista e cineasta, ela é fundadora da Caipirinha Foundation, que apoia projetos a favor da paz e da justiça pelo mundo.

Atualmente, ela participa de várias iniciativas sob a coordenação da rede "Cultures of resistance", segundo biografia publicada em seu perfil no Facebook.

Enquanto morava no Líbano em 2006, Iara presenciou o bombardeio de 34 dias ao país pelas tropas israelenses. Isso a instigou a militar pela paz no Oriente Médio.
Em 2008, Iara viveu no Irã. Atualmente, ela trabalha no apoio a civis da Faixa de Gaza.

O incidente
A ação aconteceu por volta das 5h locais (23h de domingo em Brasília).    O governo de Israel acusa os passageiros da "Frota da Libertade" de terem começado a violência, mas a versão contestada pelos ativistas.   As imagens, filmadas por um barco turco e publicadas na internet, mostram oficiais israelenses vestidos com roupas negras descendo de helicópteros e enfrentando os ativistas. Também são vistos vários feridos deitados no navio.

"Na escuridão da noite, os militares israelenses desceram de um helicóptero para o barco turco de passageiros 'Mavi Marmara' e começaram a atirar quando pisaram no convés", afirma o site do Movimento Gaza Livre. As imagens tremidas mostram cenas de caos, com sombras de navios com mísseis israelenses ao fundo.

O Exército de Israel insiste que suas tropas só abriram fogo depois que foram atacadas com facas, pedaços de pau e armas de fogo.

"Como consequência desta ameaça vital e das ações violentas, as forças navais empregaram meios para apaziguar os distúrbios, incluindo fogo real", afirma um comunicado do Exército.   
O texto completa que os passageiros davam a impressão de querer "linchar as forças israelenses".

"Israel optou por uma resposta contundente e culpa os ativistas pelo acontecido. Eles iniciaram a violência", afirmou à AFP o porta-voz de Netanyahu, Mark Regev. Segundo ele, foi feito o possível para tentar evitar o incidente.

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