Frattini(imagem arquivo virtual)
Roma, 31 mai,Ansa - A Itália condenou e cobrou explicações sobre o ataque de militares israelenses contra uma frota que incluía navios turcos e gregos que tentavam levar ajudas humanitárias à Palestina, em uma ação que deixou pelo menos dez mortos.
"É um fato absolutamente grave", disse o ministro das Relações Exteriores, Franco Frattini, afirmando que lamentou "o assassinato de civis", e relatando ser "indispensável que uma investigação revele a verdade dos fatos" através de "um inquérito sério e detalhado".
As embarcações transportavam membros da organização Frota da Liberdade, além de outros ativistas -- entre os quais ao menos cinco italianos. Os navios procuravam chegar à Faixa de Gaza quando foram interceptados, ainda em águas internacionais.
A confirmação de que ao menos dez pessoas morreram na operação foi dada pelas Forças Armadas de Israel, enquanto que o grupo islâmico Hamas, que denunciou o ataque, cita um número mínimo de 20 vítimas fatais.
Porta-vozes de Telaviv argumentaram que os soldados atuaram em legítima defesa, pois os ativistas teriam reagido de forma violenta ao serem interceptados, usando armas de fogo e facas. De acordo com a Al Jazeera, pelo menos dez militares ficaram feridos na ação.
O comandante da Marinha israelense, Eliezer Marom, alegou que o ataque foi feito contra somente um dos seis navios da frota, o "Mavi Marmara", de bandeira turca, que levava 600 pessoas a bordo. Segundo ele, as demais embarcações não reagiram à tomada de controle.
À imprensa, Frattini relatou ter conversado na manhã de hoje com o embaixador do país judeu em Roma, Gideon Meir, pedindo-lhe justificativas sobre o assalto. "Israel deve dar explicações à comunidade internacional", assinalou o ministro.
O chanceler explicou que o assassinato de civis é "injustificável", além de "grave e inaceitável em todos os sentidos, independente das motivações da frota", e relatou que o governo italiano recebeu a notícia da ação militar com "desconcerto".
Apesar disso, Frattini disse acreditar que o acontecimento "não deve prejudicar o andamento das negociações de paz e da solução final para o Oriente Médio".
"Uma coisa que não se deve fazer é se deixar levar pela tentação de sair da mesa de negociações. É claro que isto seria uma tragédia igualmente grave em relação à morte de civis: o diálogo deve continuar, a paz no Oriente Médio deve ser feita", opinou.
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores da Itália, os italianos a bordo das embarcações da Frota da Liberdade não se envolveram nos confrontos.
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