L'Aquila, Ansa - Por ocasião do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa - ontem 3 de maio - Reporters Sans Frontiere (RSF) divulgou os 40 inimigos da liberdade de expressão, que inclui a Máfia italiana e críticas ao premier Silvio Berlusconi.
O documento sobre a independência da mídia registra pelo oitavo ano consecutivo um agravamento geral para a liberdade da imprensa (só uma pessoa em seis vive em países onde os meios de comunicação são independentes).
Pela liberdade de imprensa a Itália ocupa o 49º lugar no mundo, segundo a classificação de 2009 de RSF. Foi o que anunciou hoje (3) o vice-presidente da Associação, Domenico Affinito, durante uma coletiva à imprensa na Piazza Duomo da cidade de l'Aquila, por ocasião do Dia Mundial da Liberdade da Imprensa, decretado pela Unesco.
A Itália, em comparação com o ano passado, caiu cinco posições e está atrás de boa parte dos países europeus, a partir da Dinamarca, Finlândia e Noruega, que lidera o ranking.
Antes da Itália também se posicionam países como a Argentina, Espanha, França, Chile, Eslovênia e Costa Rica. Depois da Itália, temos por exemplo Bulgária, Brasil e Croácia.
A RSF escolheu L'Aquila para apresentar o documento "porque a cidade devastada por um terremoto no ano passado para nós é o símbolo daquilo que conseguimos fazer no Haiti, outro local devastado por um tremor, onde, graças a um projeto, conseguimos dar novo impulso à imprensa local. Outro aspecto importante é que não devemos apagar as luzes sobre o terremoto e sobre a reconstrução".
Ao lado do vice-presidente italiano da RSF, estiveram o prefeito de l'Aquila, Massimo Cialente, e os jornalistas da RAI Paolo Di Giannantonio e Tiziana Ferrario, esta última integrante da direção nacional dos Jornalistas Sem Fronteiras.
A MÁFIA ESTÁ ENTRE OS INIMIGOS DA LIBERDADE DA IMPRENSA - Entre os 40 inimigos da liberdade de imprensa, listados pelo documento anual de RSF, está 'a criminalidade mafiosa italiana'.
"Os comerciantes, os empresários e os juízes italianos não são as únicas vítimas de organizações criminosas como Cosa Nostra, a Camorra, a 'Ndrangheta e a Sacra Corona Unita, escreve RSF no seu relatório. Jornalistas e escritores italianos também estão sob sua mira, posto que expõem ao público suas ações".
Em particular, o texto cita os casos de Roberto Saviano, "forçado a viver sob proteção policial permanente", Lirio Abbate da ANSA de Palermo e Rosaria Capacchione, cronista do Mattino di Napoli que "há mais de 20 anos acompanha e denuncia os crimes da Camorra".
Não faltou também uma referência crítica ao presidente de governo Silvio Berlusconi, que "em novembro de 2009 ameaçou 'estrangular' os autores de filmes e livros sobre a máfia, que segundo ele, denigrem a imagem da Itália no mundo".
Entre os 40 inimigos da liberdade de imprensa citados pela RSF estão vários chefes de Estado de ex-repúblicas soviéticas, entre os quais o presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko; ou de regimes ditatoriais como a Coreia do Norte, o Irã e Mianmar.
Há também muitas organizações terroristas ou paramilitares, como as Farc da Colômbia, o ETA da Espanha, ou as milícias privadas das Filipinas.
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