sexta-feira, 25 de junho de 2010

Eliminação da Itália gera discussão entre políticos

A eliminação da seleção italiana da Copa do Mundo de 2010, após a derrota para a Eslováquia, causou não apenas críticas dos cidadãos do país europeu, como discussões entre os políticos, que passaram a comentar o resultado da disputa.

"Se a seleção era a última coisa que garantia a unidade da Itália, o resultado deste Mundial deu o golpe de misericórdia", opinou o deputado Mario Borghezio, da Liga Norte.

Já o vice-presidente do Partido Democrata (PD, maior força de oposição do país), Giorgio Merlo, opinou que "uma derrota como a sofrida hoje para a Eslováquia nos lembra o tempo da eliminação na disputa com a Coreia, em 1966, com uma diferença: muitos tiveram a impressão ou a certeza de que desta vez havia quase a intenção de ser eliminados".

Por sua parte, o opositor Paolo Cento afirmou que "a eliminação da seleção italiana do Mundial de Futebol é uma grande desilusão que merece nas próximas semanas uma aprofundada reflexão por parte de todos do futebol italiano".

Mais cedo, o ministro para as Simplificações Normativas, Roberto Calderoli, expressou sua "vergonha" e afirmou que o jogo foi "simplesmente ridículo". Esta "prematura eliminação não é nada além do que o resultado de uma estúpida política desportiva", afirmou o político, que logo foi criticado.

"Calderoli irrita mais que uma vuvuzela", declarou o líder do Itália dos Valores (IDV) na Câmara dos Deputados, Massimo Donadi.

Por sua vez, o subsecretário do governo italiano Rocco Crimi afirmou que a Itália deverá agora analisar a situação com "a cabeça fria", para reencontrar a "tradição" do futebol italiano.

"Esperava encontrar a unidade na alegria da vitória e, em vez disso, encontramos a tristeza de uma derrota sem atenuantes", contou Crimi, representante da Presidência do Conselho de Ministros.
"Não devemos reagir com a emoção, mas com a cabeça fria, será preciso para fazer uma análise aprofundada, com o objetivo de reencontrar o papel que a nossa tradição nos dá. Conversei por telefone com o presidente do Coni [Comitê Olímpico Nacional Italiano, Gianni Petrucci] e nos encontraremos nos próximos dias", completou.

A derrota da seleção de Marcello Lippi na primeira fase da Copa do Mundo de 2010 foi duramente sentida no país europeu que já levou quatro títulos mundiais, incluindo o da última competição, disputada na Alemanha em 2006.

Com a pior campanha em um Mundial, os italianos voltam para a casa sem uma vitória, conseguindo apenas empates contra o Paraguai e a Nova Zelândia, além da derrota desta quinta-feira por 3 a 2.
 

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