terça-feira, 6 de julho de 2010

Restaurantes italianos certificados

Roma - Os restaurantes italianos no exterior se transformam em embaixadores e promotores do agroalimentar italiano no mundo, mediante uma nova certificação concedida pelo projeto "Restaurantes italianos no mundo".

A iniciativa, apresentada ontem (5) pela União Italiana das Câmaras de Comércio (Unioncamere) e o Instituto Nacional de Pesquisas Turísticas (Isnart), concederá um selo aos locais gastronômicos que obedecerem a um decálogo de garantia da autêntica "italianidade" no menu, na decoração e também na presença de pessoal que fale italiano.

O projeto "Ristoranti Italiani nel Mondo" quer atingir pelo menos mil restaurantes "garantidos" em todo o mundo e já é realidade em Londres, Singapura, Praga, Barcelona, Cidade do México, Caracas, Dubai e Chicago, só para citar algumas das cidades onde existem restaurantes certificados pelas Câmaras de Comércio Italianas de 45 países.

Em outras cidades, como Buenos Aires, ainda se está no processo da seleção. "Os perfis serão apresentados em fins de julho. Estão participando entre 10 e 12 restaurantes", disse à ANSA Valentina Gorrieri, da Câmara de Comércio Ítalo-Argentina.

Para serem selecionados, os restaurantes devem utilizar produtos genuinamente italianos, receitas italianas e ter pelo menos 20% de vinhos italianos na carta, acrescentou ela.

Já no Rio de Janeiro também está em curso o processo de divulgação e seleção entre os restaurantes italianos locais.

"Esta iniciativa está dentro de um plano mais amplo de combate à pirataria que o Ministério do Desenvolvimento Econômico está promovendo", disse o ministro da pasta, Adolfo Urso.

Ao mesmo tempo em que o Italian Style se torna cada vez mais um fenômeno mundial, o reverso da moeda indica que os produtos do agroalimentar italiano são cada vez mais imitados e fraudados.

Segundo as estimativas, o agroalimentar "made in italy" perde anualmente € 50 bilhões por causa de produtos que parecem italianos mas não são. O mesmo vale para os restaurantes que prometem uma cozinha italiana, mas que de italiano cozinham muito pouco.

"Se, com este projeto, reduzíssemos de um centésimo o faturamento das imitações e falsificações, conseguiríamos recuperar para o made in Italy € 500 milhões", destacou o presidente de Unioncamere, Ferruccio Dardanello.
E não é só isso: fazer dos restaurantes italianos no exterior verdadeiros promotores e divulgadores do estilo italiano, é também o objetivo "político" dos Ministérios das Relações Exteriores, dos Bens Culturais e do Turismo.

Não por acaso está aumentando a demanda turística da Itália gastronômica. De acordo com dados da Unioncamere, a oferta enogastronômica italiana atrai, sozinha, 7% dos estrangeiros que passam as férias no Bel Paese (quase 11 milhões de presenças), com um impacto econômico estimado em 2009 de € 1,5 bilhões.

Os restaurantes no exterior que querem merecer o título de "restaurantes italianos" devem garantir :a presença de pelo menos uma pessoa que conheça a língua italiana, um ambiente decorado com coisas típicas da Itália, o menu deve estar escrito corretamente em italiano, a porcentagem de pratos e de receitas da tradição italiana não pode ser inferior a 50%, o menu dos vinhos deve conter pelo menos 20% e de qualquer forma cinco rótulos italianos DOP ou IGP, deve estar disponível azeite extravirgem de azeitonas italianas, e o chef deve ser qualificado para a preparação de pratos típicos.
 
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