quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Pedido de renúncia de Fini é inconstitucional

Gianfranco Fini(arquivo virtual)

Italo Bocchino, chefe do grupo de deputados do partido Futuro e Liberdade para a Itália (FLI), declarou  que a pretensão do premier Silvio Berlusconi e de seu aliado da Liga Norte, Umberto Bossi, de pedir ao chefe de Estado Giorgio Napolitano a renúncia do presidente da Câmara dos Deputados, Gianfranco Fini, "é inconstitucional".

O FLI, fundado há pouco mais de um mês após a expulsão de Fini do Povo da Liberdade (PDL, do governo), respondeu em uma nota assinada por Bocchino ao chefe de governo e a Bossi, que sua solicitação "viola o princípio da separação dos poderes, é instrumental, irritual e impossível de ser aceita".

"A decisão de Berlusconi e do ministro para las Reformas (Bossi) de pedir formalmente a demissão de Fini é politicamente inaceitável e muito grave sob o perfil institucional, violando o principio constitucional da separação dos poderes", disse.

Berlusconi e Bossi concordaram na noite desta segunda-feira (6) em pedir ao presidente Napolitano a renúncia de seu ex-aliado (Fini) como presidente da Câmara dos Deputados.

"As declarações do deputado Fini foram consideradas inaceitáveis por unanimidade", disse o comunicado emitido após a reunião entre Berlusconi e Bossi que se realizou em Arcore, a residência privada do premier perto de Milão, no norte da Itália.

No domingo (5), Fini falou publicamente pela primeira vez desde que deixou a aliança governista e, ao mesmo tempo em que defendeu o apoio ao governo do premier, também disse que o PDL (partido que criou junto com Berlusconi) "já não existe mais".

De acordo com o comunicado divulgado por Berlusconi e Bossi, "suas palavras demonstram claramente que Fini desempenha um papel hostil às forças de maioria e de governo, o que é incompatível com o cargo que ocupa".

Nos próximos dias, o premier e Bossi "pedirão uma reunião com Giorgio Napolitano para apresentar a grave situação, que ameaça o funcionamento das instituições".

Até agora não chegou ao palácio do Quirinal (sede da presidência italiana) nenhum pedido para receber Berlusconi e Bossi.
 
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