domingo, 24 de outubro de 2010

Lixo nas ruas de Nápoles


Lixo se acumula nas ruas de Nápoles, na Itália, por causa da polêmica envolvendo um novo aterro sanitário.

PREFEITOS DE NÁPOLES REJEITAM ACORDO PROPOSTO PELO GOVERNO

Nápoles - Os prefeitos das localidades da província de Nápoles, que são contra a construção de um novo aterro sanitário no entorno do Vesúvio anunciaram hoje que o documento entregue ontem pelas autoridades italianas não será assinado.

"Continuarmos a buscar o diálogo, para o [chefe da Defesa Civil, Guido] Bertolaso é interessante manter os compromissos", declarou o prefeito de Boscoreale, Gennaro Langella, ao revelar que o grupo decidiu não aceitar a proposta do governo italiano.

"Temos a intenção de apresentar" também "uma denúncia contra a gestão da Asia [organismo responsável pela eliminação do lixo, ndr.]. Para nós, existem algumas irregularidades na gestão do aterro, como já havíamos informado à Procuradoria de Nola", continuou Langella, ao término de um encontro realizado hoje com colegas da província, que fica na região sul do país.

Ainda segundo Langella, uma nova análise sobre o tema será feita em nova reunião, marcada para a esta terça-feira.

A tentativa do governo era acabar definitivamente com os protestos, intensificados nos últimos dias em diversas localidades de Nápoles, em repúdio à instalação de um novo aterro de lixo na região.

Na proposta governo de Silvio Berlusconi, apresentada por Bertolaso, as autoridades pediam aos prefeitos o fim das manifestações "imediatamente", assim como discussões "democráticas" sobre o tema.

Ao anunciar o documento, na noite de ontem, o chefe da Defesa Civil disse ainda que iria esperar "12 horas para registrar o respeito a estas condições, a única que colocamos para chegar a um eventual acordo".

Na semana passada, Berlusconi, na tentativa de conter os protestos, chegou a anunciar a constituição de um fundo de 14 milhões de euros [equivalente a R$ 33 milhões] para obras de compensação ambiental na região. Ainda assim, as atividades continuaram.

Ontem, pelo menos seis pessoas ficaram feridas durante as mobilizações -- que incluem o bloqueio do acesso dos caminhões de lixo às localidades e o incêndio de carros. A polícia prendeu dois supostos envolvidos com as manifestações.

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