Roma - Com desenhos manchados, em uma espécie de colcha de retalhos de estampas caxemira, bordada com cristais Swarovski, de couro com franjas, a bandeira italiana desfila no Vittoriano em vista do 150º aniversário da unificação da Itália, interpretada pela criatividade dos estilistas italianos.
São 24 as 'bandeiras da moda' realizadas pelas grandes grifes do país, expostas em Roma no Santuário das Bandeiras das Forças Armadas, no Museu Vittoriano, de hoje até 6 de janeiro.
Dentro da exposição 'Homenagem ao Tricolor', organizada pela Câmara Nacional da Moda Italiana (CNMI) e inaugurada hoje (4) pelo ministro da Defesa Ignazio La Russa e pelo presidente da CNMI, Mario Boselli, se insere a seção 'Expressões de estilo sobre o tema da bandeira italiana', que reúne 24 obras.
''A moda não é só um fenômeno da maneira de se vestir, mas também um fato cultural. As sinergias entre arte, cultura e moda são cada vez mais atuais. Por isto a CNMI convidou os estilistas italianos a explorar novos caminhos e pegar 'agulha e linha' para vestir e interpretar a bandeira italiana de acordo com seu próprio estilo", disse Boselli.
O resultado, um produto típico do Made in Italy, se destaca pela alta qualidade, pelos materiais, o corte, acabamento e o cuidado nos detalhes, e reflete tudo o que considero o 'belo, bom e bem feito'. Assim Alberta Ferretti com o chiffon de faixas desfiadas confere um efeito tridimensional à bandeira. Albino sugere uma versão moderna com organza e franjas em todo o comprimento. Blumarine ilumina a seda com nebulosas de cristais deslumbrantes. Byblos escolhe um algodão leve estampado dos dois lados. Brioni confere uma marca fortemente masculina com a aplicação de três lapelas. Costume National aposta no cetim branco com pequenas faixas coloridas termoseladas. Emilio Pucci propõe uma bandeira em seda twill com estampa que remete à tatuagem.
Já Enrico Coveri oferece um espírito lúdico e colorido nos bordados de estrelas preciosas. Ermanno Scervino vê na bandeira algo leve e feminino, quase como uma roupa para se vestir. Etro brinca com o patchwork de caxemira em três áreas cromáticas. Francesco Scognamiglio opta pela estrela de cinco pontas como símbolo do Made in Italy. Frankie Morello surpreende com a criatividade de aplicações termoadesivas sobre tela. Gattinoni junta o estilo de Guillermo Mariotto com a obra de Federico Paris. Iceberg explora a arte pop e aposta na Flag de Jasper Jones. Krizia transfere para a bandeira a estampa animal com a sua pantera laqueada brilhante e a seda manchada. Laura Biagiotti foca no tecido e opta pela nobreza do caxemira.
Luciano Soprani se inspira no logotipo da casa usando elementos geométricos. Max Mara reproduz um lenço patriótico com o símbolo San Marco. Missoni desfralda sua tradição em malha. Moschino adiciona novas idéias aos seus ícones: a paz, a nuvem, o coração. Roberto Cavalli coloca na bandeira tricolor a força de suas citações animalier. Rocco Barocco enriquece a bandeira com um perfil floral da Itália. Salvatore Ferragamo entrelaça o couro gravado a laser com tiras tom sobre tom. Trussardi sobrepõe couro sobre couro em um tricolor de efeito impalpável.
Uma primeira coleção de bandeiras reinterpretadas pelos estilistas da CNMI se realizou em 2004 e foi apresentada em Milão. Depois disso foi solicitada por muitos Institutos de Cultura no exterior e pelo Comércio Exterior de várias cidades do mundo. A coleção se enriquece ano após ano com novas interpretações.
www.ansa.it/www.italianos.it
Nenhum comentário:
Postar um comentário