terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Instituições decepcionam italianos

Roma - Os cidadãos italianos e as instituições nunca estiveram tão distantes como agora, revela pesquisa do Eurispes (Instituto de Estudos Políticos, Econômicos e Sociais): para 68,5% a confiança nas instituições diminuiu ao longo do ano passado, com um aumento dos desiludidos que excede os 22%. Trata-se do valor mais alto desde 2004. E mais uma vez, como vem ocorrendo nos últimos anos, a única instituição que vai contra a corrente é a do chefe de Estado, em relação a quem a confiança dos italianos está crescendo.

Já em relação ao governo, houve uma queda de 12%.

Os dados antecipados constam do Relatório Itália 2011, que o Eurispes apresentará na próxima sexta-feira (28).

Só 2,2% dos italianos declaram que a sua confiança nas instituições aumentou no decorrer do ano passado, enquanto que para 68,5% ela caiu e para 27,5% não sofreu alterações.

Desde 2004, este é dado mais elevado frente à desconfiança e o mais baixo em relação à confiança. O Eurispes destaca que se trata de uma inversão de tendência em comparação com os levantamentos do ano passado, que registravam um aumento da confiança.

Os italianos acreditam cada vez menos principalmente no governo e no Parlamento, enquanto aumenta o consenso em relação ao presidente da República e ao Judiciário: para o chefe de Estado a confiança foi dos 62,1% de 2009 para os 67,9% de 2010, chegando aos 68,2% neste ano.

Quanto à magistratura, se passa dos 39,6% de 2007 para os 42,5% de 2008; dos 44,4% de 2009, aos 47,8% de 2010, chegando aos 53,9% de 2011.

Entre as instituições mais populares, há também as forças policiais: Carabineiros, Polícia de Estado e a Guarda das Finanças atingem um amplo consenso. Em primeiro lugar, a Arma dos Carabineiros com 72,6%, seguida pela Polícia de Estado com 66,8% e a Polícia Financeira com 64,1%.

Já os índices de queda foram significativos entre os partidos políticos e a administração pública, enquanto permaneceu estável a confiança nos sindicatos. A fé encolheu também em relação à Igreja Católica, que dos 47,3% de confiança de 2010 caiu para 40,2% este ano.

O Eurispes também avaliou a posição dos italianos sobre a possibilidade de eleger diretamente o chefe de Estado, conferindo-lhe mais poderes: 49,1% foram favoráveis, 36,6% contrários e 14,3% não se manifestaram ou não sabem.
 
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