sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Contra a crise, Berlusconi pede pacto de crescimento

Roma - O premier italiano Silvio Berlusconi disse querer definir antes de setembro um pacto com os setores sociais do país para recuperar a economia italiana, após reunião do governo com representantes da sociedade civil, sindicatos e as principais associações da categoria.          Na reunião, membros de federações empresariais e sindicatos do país apresentaram um documento com seis pontos de reivindicações frente ao plano de austeridade aprovado pelo Parlamento italiano, que prevê cortes de € 43 bilhões (R$ 93,3 bilhões) nos gastos públicos.

Em uma coletiva à imprensa no Palácio Chigi (sede do Executivo italiano), Berlusconi disse que a reunião teve uma "discussão profunda, responsável e ditada pelo objetivo de chegar a um pacto de estabilidade, crescimento e coesão social até setembro".      Os representantes civis exigiram do governo equilíbrio orçamentário, corte de custos da política, incentivo a investimentos, liberalização e privatizações, além do enxugamento do Estado e da administração pública.      Dentre os seis pontos, o da privatização não foi unânime: ele foi reprovado pela Confederação Geral Italiana do Trabalho (CGIL, na sigla em italiano). Também estiveram presentes no encontro representantes da Confederação Geral da Indústria Italiana (Confindustria) e da Confederação Italiana dos Sindicatos dos Trabalhadores (CISL).

Na coletiva, o premier também confirmou a gravidade do momento, "que será enfrentado com a máxima determinação e sem desculpas ou escapatórias" e que "só a participação de todos os atores econômicos e sociais" pode favorecer uma saída para a crise.      "As causas da crise não são endógenas, mas planetárias e globais, provêem de fora da Europa e sobre elas os Estados da UE não têm a possibilidade de dar respostas imediatas", justificou Berlusconi, rebatendo as críticas do mercado financeiro de que os governos europeus estão demorando em dar respostas à crise.      Ele ainda criticou a imprensa, que destacou a queda das ações após o seu pronunciamento do dia (3) em audiência no Parlamento. Para o premier, "só os órgãos de informação vincularam meu discurso à evolução dos mercados, que reagiram por seus motivos próprios, independentes da política", pontuou.
"Não acredito em um agravamento da crise", acrescentou o premier, lembrando que "sou filho de um pai que tinha uma grande experiência nas Bolsas e que sempre dizia que elas são como um relógio quebrado: várias vezes ao dia dão a hora exata, mas não no tempo restante". De acordo com Berlusconi "a Bolsa tem vida própria, separada da realidade econômica" e por isso insistiu que se discurso de ontem (3) no Parlamento se dirigiu aos cidadãos e não ao mercado de ações, aconselhando-os a comprar títulos públicos da dívida italiana e não a vendê-los.

Atualmente a dívida italiana equivale a 120% do PIB (Produto Interno Bruto) e, até antes da aprovação dos cortes orçamentários, se acreditava na possibilidade da Itália não conseguir arcar com seus débitos.     Ontem (4) a Bolsa de Milão abriu o pregão em alta de 1,6%, após fechar no dia 3  com uma queda de 1,54%. A maioria das bolsas europeias registra queda entre 2% e 3%.


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