quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Itália reativa embaixada na Líbia e desbloqueia 500 MI de euros a rebeldes

Roma - O governo italiano decidiu reativar as atividades de sua embaixada na Líbia e desbloquear 500 milhões de euros (R$1,1 bilhão) aos rebeldes, 150 milhões de euros (R$ 330 milhões) a mais do que o valor anunciado na semana passada pelo premier Silvio Berlusconi.

A partir de amanhã, diplomatas, funcionários administrativos e especialistas voltarão a trabalhar na sede diplomática de Roma em Trípoli. O novo embaixador será anunciado pelo chanceler Franco Frattini na reunião do Conselho de Ministros amanhã.

Com a reabertura da embaixada, a Itália dá "uma chance à Líbia", que, segundo Frattini, "será um país amigo".

Ele justificou que a aposta em boas relações diplomáticas no futuro é baseada na possibilidade de democracia no país. "A democracia é um contágio positivo, quando as pessoas descobrem, não abandonam mais", comentou.

Frattini ainda chamou as lideranças rebeldes de "amigos líbios" ao anunciar a decisão de hoje do governo italiano de desbloquear 500 milhões de euros "para dar mais apoio" a eles.

Após a queda do regime do ditador Muammar Kadafi, que atualmente resiste apenas na cidade de Sirte, as forças internacionais da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) deverão suspender a missão no país.

"A OTAN prorrogou a missão militar na Líbia até o fim de setembro" e a missão "concluirá os seus efeitos quando se declarará a Líbia liberta", explicou o ministro das Relações Exteriores da Itália, um dos países envolvidos na intervenção.

Segundo ele, a expectativa é de que "em termos de pouquíssimos dias, se Sirte cair com uma rendição pacífica talvez até sábado, será a pilastra definitiva da queda do regime".

Frattini afirmou que a única possibilidade da presença da OTAN na Líbia pós-Kadafi "poderia ser no âmbito da iniciativa de diálogo Mediterrâneo da Aliança" e caso o Conselho Nacional de Transição (CNT) líbio requisite a ação.

Em entrevista à imprensa italiana, o chanceler também comentou sobre o paradeiro de Kadafi e disse acreditar que o ditador esteja ainda dentro do país. "A Líbia é um país grande e desértico, e há regiões para onde pode ter fugido", observou.

Ele relatou que "todas [as hipóteses] são que uma saída do país teria dado muito nos olhos e evidentemente não teria fugido dos efetivos da OTAN" que montam guarda no território líbio e avaliam "suspeitos".

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