Entre os acusados estão os membros da comissão "grandes riscos", que teriam se reunido em 31 de março de 2009, seis dias antes do terremoto que matou 309 pessoas, destruiu construções históricas e deixou mais de 80 mil desabrigados na cidade.
Para a justiça, as autoridades científicas divulgaram informações tranquilizadoras à população, que, caso contrário, poderia ter tomado medidas para se proteger.
O ex-presidente do Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia, professor Enzo Boschi, um dos maiores especialistas da Itália, está entre os acusados, ao lado de Claudio Eva, professor de Física da Universidade de Gênova.
"É um julgamento que se baseia em princípios frágeis, não se pode processar a ciência", afirmou à AFP Alfredo Biondi, advogado do professor Eva.
O advogado qualificou de "insensata" a acusação, pois denuncia os especialistas por "não terem previsto" o perigo e terem subestimado os dados.
Bombeiro na igreja de Santa Maria Paganica, cujo teto desabou no terremoto que atingiu L'Aquila em 2009 (Foto: Chris Warde-Jones / The New York Times / Arquivo)
"Espero que com o julgamento as autoridades mudem de mentalidade e informem melhor sobre os riscos", declarou Vincenzo Vittorini, médico da associação "309 Mártires", que perdeu a esposa e a filha no tremor.
Os acusados devem responder por "negligência e imprudência", por terem avaliado de forma "genérica, ineficaz e aproximativa" a atividade sísmica que antecedeu o grande terremoto.
Mais de 400 tremores sacudiram a região durante quatro meses. Apesar disso, as autoridades não tomaram medidas específicas e se limitaram a advertir que os terremotos não podem ser previstos.
A comissão recomendou o respeito às medidas antissísmicas e não foram lançadas campanhas para informar a população sobre como reagir em caso de terremoto.
O desmoronamento de importantes prédios públicos, como o da prefeitura de L'Aquila, o hospital e várias escolas, demonstrou que teriam sido edificados sem aplicar as normas antissísmicas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário