sábado, 17 de setembro de 2011

A Sicília corre o risco de perder seus monumentos


Teatro Grego de Taormina
(imagem arquivo virtual Google)

Por Ernesto Pérez - Palermo -  A conservação dos monumentos da Sicília gerou um alarme, de acordo com um estudo sobre as condições, muitas vezes desastrosas, em que se encontram alguns dos mais famosos e visitados complexos arquitetônicos da ilha.

O Teatro Grego de Taormina, visitado por meio milhão de pessoas por ano e onde se realizam concertos, representações teatrais e festivais de cinema, é o que mais preocupa.

Até agora, neste século, ninguém verificou as condições desse belíssimo monumento que, do ponto mais elevado de Taormina, domina em 180 graus toda a beleza do mar local.

"Ninguém restaura os mármores do teatro, que precisam de cuidados constantes, apesar das chamadas de emergência feitas por Legambiente desde 2004", diz um porta-voz da associação, que mantém sob vigilância o monumento e as obras de arte do patrimônio italiano, o mais rico do mundo, e autora do estudo atual.

No entanto, este não é o único apelo, no meio de uma falta de preocupação das autoridades para com um patrimônio que é a razão de ser da riqueza máxima da Sicília: o turismo.

A catedral normanda de San Gelardo, em Agrigento, fechada há anos, se está desintegrando, como também o povoado antigo de Santa Croce Camerina, perto de Ragusa.

O Templo de Selinunte, o maior sítio arqueológico da Europa com um fórum de edifícios que se encontram no chão - não se sabe se por um terremoto ou porque estavam prestes a ser erguidos quando a cidade foi destruída pelos cartagineses em 409 antes de Cristo -, foi isolado para evitar seu colapso.

Os edifícios antigos de dois milênios e meio atrás não são os únicos ameaçados. A Villa Napoli, em Palermo (capital da ilha), abandonada há décadas, acabou de perder seus jardins, ocupados ilegalmente - em benefício próprio, por um grupo de pessoas.

Sempre em Palermo, o telhado artesanal de madeira do Palácio Steri, que remonta a 1307, um dos mais belos da Sicília, está sendo devorado pelos cupins.

Além disso, um centro urbano como Poggioreale, na província de Trapani (a oeste da ilha) assiste ao desaparecimento de seus monumentos e prédios de seu centro histórico.

A Legambiente, como definida pelos seus responsáveis, é uma organização dedicada ao "ambientalismo científico, ao voluntariado e à solidariedade". Foi criada em 1980 seguindo os passos dos primeiros grupos de ambientalistas e do movimento antinuclear italiano dos anos 70.

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