Londres - Mario Monti, o economista que provavelmente receberá o mandato para ser o próximo premier italiano, disse que em seu país "há um trabalho enorme para fazer", acrescentando que as exigências da União Europeia a Roma "não são nada mais do que se deveria pedir a qualquer país para conseguir um maior crescimento".Falando ao jornal britânico Financial Times, em paralelo a uma conferência econômica em Berlim, Monti disse que o crescimento de um país não deve nascer de "novos empréstimos, e sim da remoção dos obstáculos que impedem o seu crescimento".
Isto significa, acrescentou, que "o crescimento requer reformas estruturais" que eliminem "todos os privilégios" detidos por determinados grupos sociais, para corrigir o problema italiano dos que "protegem sua circunscrição" às custas da comunidade nacional.
"A Itália está no coração da Europa, histórica e politicamente, e não pode ignorar as suas responsabilidades como um Estado que foi membro-fundador da União Europeia", disse Monti, que também opinou que "se a Itália não tivesse adotado o euro, agora teria mais inflação, políticas menos disciplinadas e menos respeito para com as gerações futuras".
ECONOMISTA PURO, QUE JÁ DESAFIOU GIGANTES DA INDÚSTRIA
O possível sucessor de Silvio Berlusconi à frente do governo italiano, é um renomado economista que ficou famoso há alguns anos ao aprovar, a partir da Comissão Europeia, um multa de US$ 500 milhões contra a Microsoft.
Monti - 68 anos, nascido em Varese, no norte da Itália, tem sido apontado como o candidato ideal para presidir um "governo técnico" após a anunciada renúncia de Berlusconi.
Sua candidatura foi reforçada hoje (10), após a nomeação do economista como senador vitalício pelo presidente Giorgio Napolitano, que está trabalhando para encontrar uma saída para a complicada crise política italiana.
Algumas das qualidades do "Super Mario" seriam ideais para assumir o comando do governo, após o colapso do berlusconismo: Monti é um homem rigoroso, um economista puro e duro, que em sua longa carreira enfrentou adversários muito poderosos.
Durante os anos que passou em Bruxelas, no comando de uma das áreas mais delicadas da Comissão Europeia (a da livre concorrência, tributação e serviços financeiros) ele soube desafiar e enfrentar muitos gigantes da indústria.
Mario Monti - imagem arquivo virtual Google
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