Estas operações desencadearam uma enorme controvérsia política e forçaram o primeiro-ministro Mario Monti a manifestar sua apoio à agência de arrecadação Equitalia: "Os sonegadores colocam as mãos nos bolsos dos italianos", disse Monti.
O general da polícia tributária, Antonino Maggiore, falou da "atividade ordinária" em referência a essas operações, mas o diretor de Equitalia, Attilio Befera, insistiu que as "blitz" - a exemplo das de Cortina e Portofino , "não vão parar".
"Nós fazemos nosso trabalho e mostramos que conseguimos resultados", acrescentou Befera. Neste sentido, dados recentes sobre os controles em Cortina e na luxuosa Portofino, sustentam sua afirmação.
Em Cortina, de 133 proprietários de carros de luxo, 100 declararam rendas inferiores a € 30 mil, enquanto que a mera presença da polícia fiscal determinou um aumento de 400% dos lucros declarados pelas empresas em relação ao ano anterior.
Apesar destas evidências, alguns expoentes do partido separatista Liga Norte, junto com deputados do Povo da Liberdade (PDL, o partido do ex-premier Silvio Berlusconi) falaram em um verdadeiro "escândalo".
O congressista da Liga, Angelo Alessandri, definiu Befera como "o idiota do poder financeiro que enforca os cidadãos do norte".
"Pedimos que a riqueza não seja penalizada", disse por sua vez Maurizio Gasparri, chefe do bloco de senadores do PDL no Senado, enquanto o deputado Giualiano Cazzola, do mesmo partido, argumentou que este clima hostil contra o bem-estar econômico é inaceitável.
Diante da enxurrada de ataques contra o diretor de Equitalia, o chefe de governo italiano, Mario Monti, apoiou ontem (8) o funcionário e denunciou os sonegadores de impostos que "assaltam os bolsos dos contribuintes honestos". "É inadmissível que permaneça oculta uma porção de riqueza significativa, que aumenta a carga fiscal sobre os que não conseguem escapar da tributação", defendeu o premier.
"Agradeço a Monti, porque suas palavras eram de fato necessárias", disse Attilio Befera, enquanto que o líder do partido Itália dos Valores (IDV) e ex-procurador no julgamento contra a corrupção política (a conhecida operação "Mãos Limpas"), Antonio Di Pietro, disse que os protestos contra os controles é algo inacreditável: "Ninguém fora da Itália acreditaria. É como se os ladrões protestassem porque são impedidos de roubar".
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