Roma - Os anos do pós-feminismo significaram uma melhora na condição da mulher na sociedade. É o que acreditam 79% dos italianos, para quem houve um progresso objetivo nos últimos 25 anos. Os que mais acreditam nisso são homens (82%), mas a porcentagem também é alta entre as mulheres (76%). Já 7% dos italianos opinam que a situação das mulheres piorou. Em particular, 10,3% das mulheres culpam os homens por não estarem em uma situação melhor, enquanto que 5,6% acreditam que as próprias mulheres não se comprometeram o suficiente para emancipar.
Estes dados antecipam os resultados da pesquisa "Os valores dos italianos", feita por Censis por ocasião dos eventos para as celebrações do 150º aniversário da Unidade da Itália.
A pesquisa será apresentada no próximo dia 13 em Roma no Instituto da Enciclopédia Italiana e discutida por Giuliano Amato, presidente do Conselho de Curadores para as comemorações do aniversário; Giuseppe de Rita, presidente do Censis e Paolo Peluffo, subsecretário de Estado na Presidência do Conselho da Informação, Comunicação, Editoria e Coordenação Administrativa.
De acordo com Censis, atualmente "as mulheres são menos caseiras do que no passado, recebem mais ajuda em casa dos maridos e parceiros (mas não dos filhos), e, no entanto, continuam sendo o cerne e âncora da vida doméstica. Elas trabalham mais fora de casa e têm menos tempo livre para si mesmas".
Elas estão de fato melhor ou é uma ilusão do pós-feminismo? O que mudou na divisão de funções entre homens e mulheres?
Houve mudanças significativas na distribuição dos encargos domésticos dentro das famílias, aponta o Censis. Em primeiro lugar, "diminuiu o número de donas de casa entre as mulheres não-idosas (até os 64 anos): 833 mil a menos entre 2000 e 2010 (ou -13,8%). Essa redução foi bastante intensa entre as mulheres de até 34 anos (342 mil a menos, -29,4%), e entre 35-44 anos (299 mil a menos, -18,8%), enquanto que na faixa dos 45-54 anos diminuiu 8,8% (-146 mil) e 2,8% (-47 mil) na faixa dos 55 aos 64 anos".
Nas famílias com crianças, quase a totalidade das mulheres, trabalhando fora ou não, continuam a desempenhar os afazeres domésticos. No entanto, nos últimos 10 anos o tempo dedicado a isso encolheu 7 horas por semana para as que trabalham (que em média dedicam um total de 22 horas semanais) e de 6 horas para aquelas que não trabalham (e que à casa dedicam mais de 38 horas semanais).
No caso da mulher que trabalha, nas famílias com filhos, 65% dos homens (com um aumento de 10,2% em 10 anos) também realizam tarefas domésticas, dedicando em média 9,7 horas por semana. O percentual cai para 43,4% (+4% ao longo da década) quando a esposa ou companheira não trabalha, com uma média semanal de 8 horas dedicados ao lar. Isso significa que hoje há um maior envolvimento dos maridos na gestão das atividades domésticas, sem que isso tenha arranhado o modelo tradicional centrado no papel decisivo das mulheres dentro de casa.
Os filhos homens não contribuem de forma alguma com o trabalho doméstico em mais de 63% dos domicílios, enquanto as filhas não ajudam em 47% dos casos. Em termos de afazeres domésticos praticamente se alcançou a igualdade de gênero nas novas gerações, só que jogada para baixo, com uma progressiva falta de responsabilidade das filhas em relação às tarefas domésticas, em vez de um maior envolvimento dos filhos.
E é nas famílias onde a mãe é aposentada que os filhos mais fogem dos compromissos domésticos: 71,4% dos filhos e 76,7% das filhas não dão nenhuma ajuda, o que se repete nas famílias em que a mãe é dona de casa. Neste caso, não ajudam 64% dos filhos e 54% das filhas.
Para as mulheres que trabalham, o tempo menor dedicado aos compromissos domésticos coincidiu com um aumento de mais de 2 horas por semana de tempo dedicado ao trabalho e uma redução do tempo livre em relação aos homens: as mulheres que trabalham têm quase 7 horas a menos de tempo livre do que os homens.
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