Os
italianos comem mais peixe do que a Itália consegue levar à mesa e
assim, para atender à demanda, terá que recorrer à importação. É o
revela relatório publicado recentemente pela New Economics Foundation
(NEF) e Ocean2012, para quem o 'dia da dependência do peixe' capturado
em outras águas começou na Itália no último dia 21.
O fato desse dia ter sido alcançado não significa que a partir de agora os italianos só poderão comprar peixe importado, mas sim que a população já comeu a quantidade de peixe que a Itália conseguirá produzir este ano.
De acordo com o relatório "Fish Dependence", a Itália produz cerca de 30% do peixe que consome, frente ao 51% da média da UE (União Europeia).
A península é acompanhada por outros Estados com extenso litoral, como Portugal (24%), Espanha (39%) e França (38%). Enquanto para a Europa o 'dia da dependência do peixe' chegará em 6 de julho, para a França virá em 21 de maio, para a Espanha em 25 de maio, enquanto para Portugal foi em 30 de março.
A autossuficiência da Itália caiu de 34% para 30,2% em cinco anos. Portanto, o país depende cada vez mais do peixe extra-europeu, que atualmente cobre 70% do consumo total.
É por isso que o 'dia da dependência do peixe' chega sempre mais cedo: do 5 de maio de quatro anos atrás, ao 21 de abril de 2012.
Frente a uma produção em declínio, na UE o consumo de peixe continua a crescer e chegou a 22,1 kg per capita. Portugal lidera esse ranking, com 61,6 kg por pessoa. Na França, Espanha e Alemanha o consumo de produtos do mar, de 1961 a 2005, aumentou entre 50% e 100%. No mesmo período, a Itália registrou um aumento de 108% e atualmente os italianos consomem, em média, 25,4 kg de peixe.
''A UE tem uma das maiores e mais ricas áreas de pesca do mundo, mas não gerencia essa riqueza de forma responsável'', disse o representante da NEF e Ocean2012 Aniol Esteban. ''A pesca excessiva é prejudicial para a economia. Todos os anos perdemos milhões de euros e milhares de empregos''.
Em 2009, o Banco Mundial estimou as perdas vinculadas à pesca predatória em US$ 50 bilhões por ano. Segundo o relatório ''Empregos perdidos no mar'' da NEF a exploração excessiva de 43 dos 150 estoques do nordeste do Atlântico comporta uma perda anual de € 3,2 bilhões, que poderiam sustentar 100 mil postos de trabalho''.
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