"Em setembro, abriremos a tumba de Garibaldi e
descobriremos se de fato ali, em Caprera, repousa o seu corpo
embalsamado". O anúncio foi feito por Anita Garibaldi, bisneta de
Giuseppe Garibaldi - herói da unificação italiana, morto em 1882 -,
durante coletiva de imprensa, realizada nesta quinta-feira (26), em
Roma, para a apresentação da iniciativa de “Riesumazione dei resti
mortali di Giuseppe Garibaldi”.
A exumação, aprovada há alguns
meses pelas autoridades italianas, será patrocinada pelo Ministério de
Bens Culturais da Itália e a execução caberá à equipe de Silvano
Vinceti, presidente do Comitê nacional para a valorização dos bens
culturais e ambientais, que foi o responsável pelo reconhecimento dos
restos mortais de Caravaggio e, agora, da Monna Lisa, retratada por
Leornado Da Vinci.
O objetivo da iniciativa é cumprir a vontade do
revolucionário, cujo corpo foi enterrado na pequena ilha do arquipélago
de La Maddalena, ao norte da Sardenha, segundo Anita Garibaldi, contra
sua vontade, que era a de ser cremado e suas cinzas enterradas. Além
disso, será coletado material genético para compará-lo com o dos seus
descendentes. Também é cogitado aplicar um tratamento químico que
permita uma melhor conservação do corpo, se não for feita a cremação.
A
bisneta afirmou, ainda, que "há sinais evidentes, que fazem pensar" que
o túmulo de Garibaldi tenha sido aberto nestes 130 anos e apontou a
possibilidade de que, inclusive, os restos do herói não estejam no lugar
onde se acredita terem sido enterrados.
Já segundo Silvano
Vinceti, é possível que os restos mortais estejam em um estado pior do
que o previsto porque o corpo do revolucionário teria sido embalsamado
"tarde" e de forma "mal feita", podendo ter se "pulverizado". Em sua
opinião, a dificuldade será determinar, caso os restos sejam realmente
encontrados, a escolha entre um novo tratamento dos restos mortais ou a
cremação, como era a vontade do próprio Garibaldi. Discute-se a
transferência do "Herói dos dois Mundos" para o Panteão de Roma, onde
repousam grandes homens da Itália, como os reis Humberto I e Vittorio
Emanuele de Sabóia, e o pintor Rafael Sanzio de Urbino.
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