quarta-feira, 12 de setembro de 2012

“Aumentar o ingresso legal de imigrantes para evitar novas tragédias”, defendem associações


altSocorro imeditato deve ser objetivo principal do Frontex no mar Mediterrâneo

“Para evitar novas tagédias no mar Mediterrâneo é preciso modificar a atual legislação que impede a entrada legal de imigrantes na Itália e na Europa com a ilusão poder interromper a migração com a repressão ”. É o que dizem, em um comunicado conjunto, as organizações Arci e Fórum Tunísia, após mais um naufrágio próximo à ilha de Lampedusa, na Sicília, ocorrido na madrugada de 7 de setembro.

“Ainda não se conhece o número de imigrantes que estavam a bordo e, portanto, nem o número de pessoas desaparecidas. Certamente, é importante saber se a tragédia foi causada deliberadamente por criminosos sem escrúpulos e conhecer o número exato das vítimas. Todavia, consideramos insuficiente a análise apenas destes aspectos, deixando de lado a questão principal que determina a repetição de tragédias desse tipo", diz o texto.

De acordo com as associações, "é necessário mudar o objetivo do programa Frontex, que atualmente é voltado ao controle e ao afastamento daqueles que embarcam para alcançar a costa europeia".

 “É preciso um monitoramento constante do mar Mediterrâneo, mas para verificar se há pessoas em dificuldades e providenciar socorro  imediato. Também neste caso, não está claro se os imigrantes foram vistos pelos helicópteros que sobrevoam a região ou pelas embarcações presentes na área em tempo suficiente para o evitar novas vítimas", diz o comunicado.

As associações pedem que os sobreviventes desta tragédia sejam transferidos de Lampedusa para centros apropriados, garantindo que nenhum imigrante seja repatriado e que todos tenham acesso ao processo de asilo político.  O texto pede ainda particular atenção na recepção de crianças, “garantindo um tratamento adequado a elas, conforme previsto por lei”.

"Exigimos que as autoridades divulguem a identidades dos sobreviventes, a fim de informar as famílias e evitar que saiam, por sua vez, em busca de notícias sobre o destino de seus entes queridos. Para acelerar a comunicação e tranquilizar as famílias pedimos que os sobreviventes tenham autorização para contatá-los diretamente", diz o comunicado das associações.

"Finalmente, pedimos que as organizações de proteção tenham acesso ao Centro de Acolhimento para poderem conversar com os sobreviventes e ativarem redes sociais, seja no território, seja em nível internacional, para uma ação adequada", concluem.

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