Socorro imeditato deve ser objetivo principal do Frontex no mar Mediterrâneo
“Para evitar novas tagédias no mar Mediterrâneo é preciso modificar a
atual legislação que impede a entrada legal de imigrantes na Itália e na
Europa com a ilusão poder interromper a migração com a repressão ”. É o
que dizem, em um comunicado conjunto, as organizações Arci e Fórum
Tunísia, após mais um naufrágio próximo à ilha de Lampedusa, na Sicília,
ocorrido na madrugada de 7 de setembro.
“Ainda não se conhece o número de imigrantes que estavam a bordo e,
portanto, nem o número de pessoas desaparecidas. Certamente, é
importante saber se a tragédia foi causada deliberadamente por
criminosos sem escrúpulos e conhecer o número exato das vítimas.
Todavia, consideramos insuficiente a análise apenas destes aspectos,
deixando de lado a questão principal que determina a repetição de
tragédias desse tipo", diz o texto.
De acordo com as associações, "é necessário mudar o objetivo do
programa Frontex, que atualmente é voltado ao controle e ao afastamento
daqueles que embarcam para alcançar a costa europeia".
“É preciso um monitoramento constante do mar Mediterrâneo, mas para
verificar se há pessoas em dificuldades e providenciar socorro
imediato. Também neste caso, não está claro se os imigrantes foram
vistos pelos helicópteros que sobrevoam a região ou pelas embarcações
presentes na área em tempo suficiente para o evitar novas vítimas", diz o
comunicado.
As associações pedem que os sobreviventes desta tragédia sejam
transferidos de Lampedusa para centros apropriados, garantindo que
nenhum imigrante seja repatriado e que todos tenham acesso ao processo
de asilo político. O texto pede ainda particular atenção na recepção de
crianças, “garantindo um tratamento adequado a elas, conforme previsto
por lei”.
"Exigimos que as autoridades divulguem a identidades dos sobreviventes,
a fim de informar as famílias e evitar que saiam, por sua vez, em busca
de notícias sobre o destino de
seus entes queridos. Para acelerar a comunicação e tranquilizar as
famílias pedimos que os sobreviventes tenham autorização para
contatá-los diretamente", diz o comunicado das associações.
"Finalmente, pedimos que as organizações de proteção tenham acesso ao
Centro de Acolhimento para poderem conversar com os sobreviventes e
ativarem redes sociais, seja no território, seja em nível internacional,
para uma ação adequada", concluem.
www.agoranoticias.net
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