Manifestação recebeu o nome de 'Dia sem Monti', em referência ao premiê.
Para reduzir dívida do país, Monti aumentou impostos e cortou gastos.

Organizadores estimam que cerca de 150 mil pessoas participaram do protesto (Foto: Filippo
Monteforte/AFP)
Milhares de pessoas marcharam por Roma neste sábado (27) em um protesto
chamado "Dia sem Monti", contra as medidas de austeridade introduzidas
no país pelo governo do primeiro-ministro Mario Monti.
A manifestação foi convocada por sindicatos, associações cidadãs e
movimentos de esquerda e também já ocorreu no passado contra o antigo
governo de Silvio Berlusconi.
Os manifestantes levavam bonecos gigantes de Monti; da chefe de governo
alemã, Angela Merkel; e do presidente norte-americano, Barack Obama.
Os organizadores previam que cerca de 30 mil pessoas participariam da
marcha, mas após verem a praça São João cheia de gente, anunciaram que o
número de manifestantes foi de 150 mil.
A marcha transcorreu em calma, entre fortes medidas de segurança para
evitar incidentes como os que ocorreram no passado, quando os
manifestantes entraram em confronto com a polícia. Um pequeno grupo
chegou a arremessar ovos e pedras em agências bancárias.
Entre os participantes do protesto estavam várias associações de
estudantes, protagonistas nas últimas semanas de várias manifestações
contra os cortes na educação implementados pelo governo de Berlusconi e
que foram mantidos e ampliados pelo Executivo de Monti.
No dia 20 de outubro, dezenas de milhares de militantes da Confederação
Geral Italiana do Trabalho (CGIL), principal sindicato do país, também
se reuniram no centro de Roma para pedir "emprego acima de tudo", e
anunciaram que se mobilizarão novamente no dia 14 de novembro junto às
grandes organizações sindicais europeias.

Milhares
de italianos tomaram as ruas de Roma durante protesto chamado 'Dia sem
Monti', neste sábado (27) (Foto: Filippo Monteforte/AFP)
Nomeado em novembro, quando a Itália viu-se arrastada à crise da dívida
da zona do euro, Monti conseguiu a aprovação de severas medidas de
austeridade a fim de reduzir a enorme dívida do país, incluindo o
aumento de impostos, cortes de gastos e uma revisão das pensões.
"Nós estamos aqui contra as políticas dele, as mesmas políticas de toda
a Europa, que levaram a Grécia a se ajoelhar e que está destruindo
metade das escolas públicas e da assistência médica na Europa", disse
Giorgio Cremaschi, um dos manifestantes.
Monti tem defendido as medidas de austeridade, dizendo que acredita que
seu governo tecnocrata será lembrado por ter ajudado a Itália a se
livrar de uma profunda crise econômica sem ter de recorrer à ajuda
externa.
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