terça-feira, 16 de outubro de 2012

Salone del Gusto

BRA (CUNEO)Pela primeira vez desde que foi criado, o Slow Food reúne seus dois principais eventos: o Salone del Gusto cada vez mais internacional, e o Terra Madre que se abre para o mundo promovendo o encontro entre as Comunidades do alimento com o público. ''É o fechamento de um círculo, um ponto de chegada, mas também de partida para um evento cada vez mais amplo'', resume Carlin Petrini, fundador do Slow Food, que em junho esteve no Brasil defendendo a valorização do trabalho no campo para criar um sistema alimentar sustentável.

      O duplo evento, organizado pela Região do Piemonte e a cidade de Turim, a partir deste ano se tornará um evento único, aberto à visitação também dos pequenos agricultores, criadores e pescadores que todos os anos chegam ao Piemonte dos quatro cantos do planeta.

      Faltando nove dias para a cerimônia de abertura, na tarde de 24 de outubro no PalaOlimpico de Turim, com a presença do secretário-geral da FAO, se preparam os detalhes finais de uma feira que desafia a crise sem mostrar as rugas, ainda que a palavra final seja do público.

      ''A excelência da enogastronomia do Made in Italy estará ao lado dos alimentos tradicionais produzidos pelas comunidades da Terra Madre e pelos seus protagonistas, que terão orgulho de apresentá-los ao público. A possibilidade de explicar como produzem, como vivem e como são suas terras de cultivo é um elemento-chave da edição 2012", afirma Petrini. 

      O público poderá eñtão fazer uma viagem pelo mundo sem percorrer milhares de quilômetros. ''Até agora, acrescenta Petrini para explicar a mudança, o Salone del Gusto foi 95% Itália e 5% o resto do mundo, mas desta vez a relação será 85%-15%, podendo chegar no futuro a 50%-50%''.

      Os agricultores do Terra Madre serão assistidos por voluntários da organização, ''mas para muitos deles isso não seria necessário, porque a cada dois anos eles estão em Turim desde 2004, quando se realizou o primeiro encontro mundial. Agora quase  todos os lugares reconhecem Turim como a capital mundial da gastronomia", acrescentou Petrini.

      Durante a feira de Turim (Lingotto Fiere-Oval, de 25 a 29 de outubro) também se realizará o Congresso Internacional do Slow Food, cinco anos após o último em  Puebla: ''Desde então, destaca Petrini, houve uma devastação causada pelo tsunami de uma crise que ainda não acabou. No congresso haverá delegados de 86 países e se entenderá o quanto o Slow Food mudou neste curto período. Agora ninguém mais pode considerá-lo um movimento de fãs da comida dos países ricos, e ninguém mais pode questionar a necessidade de uma mudança profunda da PAC (Política Agrícola Comum)", frisou Petrini.

      A conferência vai enfatizar "que uma nova relação entre o homem e a natureza é o paradigma para superar a crise. Porque, querendo ou não, ainda que muita gente duvide, só se sairá da crise se a 'nova economia' adotar uma abordagem distinta e mais responsável das questões que envolvem alimentação, agricultura e transformação dos produtos''


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