segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Congresso “Milanopediatria”: Pediatras querem fornecer tratamentos de saúde sob medida às crianças estrangeiras”

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Para médicos italianos, a saúde dos menores imigrantes no país é precária, sobretudo, no primeiro ano de vida. Por conseqüência de dificuldades econômicas e de tradição, mantida pelos pais, muitos crianças sofrem de má nutrição   

A saúde das crianças estrangeiras na Itália, em torno de um milhão e em crescimento num ritmo de cerca de 10%  ao ano, foi um dos principais temas discutidos no Congresso Bienal “Milanopediatria”, encerrado no domingo (18) na capital da Lombardia. O presidente da conferência, Marcello Giovvannini, histórico nome da pediatria milanesa, apresentou um quadro bastante dramático sobre a saúde dos menores, entre os quais crianças nascidas nos países de origem e que imigraram com seus genitores, nascidas na Itália de pais regulares ou irregulares e ainda àquelas que chegaram ao país sem acompanhamento ou que foram adotadas. 

“Verifica-se entre as crianças estrangeiras um incremento de quadros patológicos específicos,  relacionados a uma condição de pobreza e de indigência que, com freqüência, ocorre nas fases iniciais do fenômeno migratório. Por problemas econômicos, as mães optam exclusivamente pelo aleitamento até ou além do primeiro ano de vida da criança, mas a alimentação apenas com leite materno e por longo tempo não satisfaz as exigências nutricionais de um bebê. Pelas mesmas razões, outras mães aleitam pouco tempo e passam a alimentar os filhos com leite de vaca esterilizado e de longa conservação, sem integrações com frutas, verduras e carne”, sintetizou Giovvannini.

Os erros alimentares das crianças estrangeiras, derivadas em parte das  tradições próprias mas principalmente de situações de dificuldades econômicas e sociais, de acordo com o pediatra, favoreceram quadros de carência como o retardo do crescimento, o raquitismo, a anemia por privação de ferro, síndromes de má absorção e manifestações alérgicas”. “Em uma sociedade multiétnica como a atual, onde cada dia defrontamos com outras culturas, algumas profundamente diferentes da nossa, é importante apreender a conhecer e ter consciência das diferentes tradições. É fundamental aumentar o conhecimento e os níveis de alerta sobre patologias emergentes para estabelecer um caminho que permita a prescrição de tratamentos adequados”, disse o presidente do “Milanopediatria”.

Para entender e dar respostas específicas aos diversos casos, informou Giovannini, a clínica pediátrica do hospital São Paulo de Milão está desenvolvendo dois projetos voltados às crianças estrangeiras, em estreita colaboração com o Grupo Nacional de Trabalho para as Crianças Imigradas, coordenado pela Sociedade Italiana de Pediatria”. Além disso, recordou o médico, “desde de 2000, o Centro de Saúde e Aconselhamento presta  assistência à mulher imigrada e ao seu filho. “O objetivo é criar uma rede de especialistas - ginecológicos, psicólogos, pediatras e mediadores culturais – que possa assistir e ajudar a mulher no primeiro ano de vida do seu filho”, informou Giovannini, acrescentando que o ambulatório realiza cerca de 500 de consultas pediátricas por ano.


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