quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Prédio da prefeitura de Arezzo é pichado com mensagem racista

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“É uma ofensa para toda comunidade. Constituiremos a parte civil”, disse o prefeito da cidade, que já denunciou o caso ao UNAR

O prédio da prefeitura municipal de Arezzo foi pichado por racistas anônimos que deixaram a mensagem: “Atenção asquerosos estrangeiros, os fascistas estão de volta”. O episódio ocorreu na noite de terça-feira (6), mesmo dia em que foi apresentado o relatório que aponta a presença, na província, de quase 40 mil imigrantes (11% da população) de 128 nacionalidades diferentes. O número indica que a população imigrante em Arezzo praticamente quadruplicou nos últimos 10 anos

O insulto racista foi arduamente condenado pelo prefeito de Arezzo, Giuseppe Fanfani, que apresentou uma denúncia às forças de ordem. “Os autores só representam eles mesmos e não a cidade democrática e acolhedora que Arezzo é . Os fascistas não retornam nem agora nem nunca pela mesma razão. O adjetivo ‘asqueroso’ não é atribuído à pessoa que se encontra na nossa cidade para trabalhar e para construir um novo futuro para si e para todos, juntamente com aqueles que nasceram aqui”, disse o prefeito.

Fanfani afirmou que a “administração municipal constituirá a parte civil e pedirá às forças de ordem um esforço particular para identificar e punir os autores da pichação racista. “Não escolheram uma parede qualquer mas àquela da máxima instituição democrática da cidade para desabafar a própria estupidez. Alguém dirá que se trata de uma molecagem. Talvez. Mas o certo é que se trata de uma ofensa à casa de todos os cidadãos de Arezzo”, afirmou Fanfani.

O UNAR - Departamento Nacional Antidiscriminação Racial – também pronunciou sobre o caso. “Oferecemos total colaboração ao prefeito de Arezzo, Giuseppe Fanfani, e concordamos plenamente com sua posição”, comentou Marco De Giorgi, diretor geral do órgão, após o encerramento do encontro sobre imigração realizado ontem (7) pela ACLI em Palermo.

Ao anunciar que o UNAR iniciará uma imediata investigação sobre o episódio, De Giorgio afirmou que “a ocorrência do caso em Arezzo, justamente quando se discutia na Sicília o tema da integração intercultural sob uma perspectiva de inovação, é um estímulo para o departamento apurar o caso com maior tenacidada”.

“Esses comportamentos pedem uma rápida e adequada condenação também com base no que prevê a Lei Mancino, que pune o incitamento ao ódio racial, neste caso contra os cidadãos estrangeiros que vivem e trabalham em Arezzo”, concluiu o diretor do UNAR.

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