“É uma ofensa para toda comunidade. Constituiremos a parte civil”, disse o prefeito da cidade, que já denunciou o caso ao UNAR
O prédio da prefeitura municipal de Arezzo foi pichado por racistas
anônimos que deixaram a mensagem: “Atenção asquerosos estrangeiros, os
fascistas estão de volta”. O episódio ocorreu na noite de terça-feira
(6), mesmo dia em que foi apresentado o relatório que aponta a presença,
na província, de quase 40 mil imigrantes (11% da população) de 128
nacionalidades diferentes. O número indica que a população imigrante em
Arezzo praticamente quadruplicou nos últimos 10 anos
O insulto racista foi arduamente condenado pelo prefeito de Arezzo,
Giuseppe Fanfani, que apresentou uma denúncia às forças de ordem. “Os
autores só representam eles mesmos e não a cidade democrática e
acolhedora que Arezzo é . Os fascistas não retornam nem agora nem nunca
pela mesma razão. O adjetivo ‘asqueroso’ não é atribuído à pessoa que se
encontra na nossa cidade para trabalhar e para construir um novo futuro
para si e para todos, juntamente com aqueles que nasceram aqui”, disse o
prefeito.
Fanfani afirmou que a “administração municipal constituirá a parte
civil e pedirá às forças de ordem um esforço particular para identificar
e punir os autores da pichação racista. “Não escolheram uma parede
qualquer mas àquela da máxima instituição democrática da cidade para
desabafar a própria estupidez. Alguém dirá que se trata de uma
molecagem. Talvez. Mas o certo é que se trata de uma ofensa à casa de
todos os cidadãos de Arezzo”, afirmou Fanfani.
O UNAR - Departamento Nacional Antidiscriminação Racial – também
pronunciou sobre o caso. “Oferecemos total colaboração ao prefeito de
Arezzo, Giuseppe Fanfani, e concordamos plenamente com sua posição”,
comentou Marco De Giorgi, diretor geral do órgão, após o encerramento do
encontro sobre imigração realizado ontem (7) pela ACLI em Palermo.
Ao anunciar que o UNAR iniciará uma imediata investigação sobre o
episódio, De Giorgio afirmou que “a ocorrência do caso em Arezzo,
justamente quando se discutia na Sicília o tema da integração
intercultural sob uma perspectiva de inovação, é um estímulo para o
departamento apurar o caso com maior tenacidada”.
“Esses comportamentos pedem uma rápida e adequada condenação também com
base no que prevê a Lei Mancino, que pune o incitamento ao ódio racial,
neste caso contra os cidadãos estrangeiros que vivem e trabalham em
Arezzo”, concluiu o diretor do UNAR.
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