Um jogo de futebol entre o Milan
e o time da segunda divisão italiana Pro Patria foi suspenso depois que
os jogadores deixaram o campo após sofrerem ofensas racistas.
A FIGC (Sigla da federação italiana de futebol) anunciou que uma investigação será realizada sobre o caso.
BBC - Parte da torcida do Pro Patria cantou músicas racistas para ofender jogadores de origem africana do Milan.
Aos 25 minutos do primeiro tempo do amistoso,
após o início das ofensas, o atleta Kevin-Prince Boateng - que é de Gana
e atua no Milan - pegou a bola do jogo e a chutou em direção à torcida.
Em seguida, Boateng retirou sua camisa - ato que foi imitado por outros jogadores.
Organizadores do evento usaram o sistema de som do estádio para pedir que a torcida parasse com as ofensas.
Mais tarde, Boateng escreveu em sua conta no
Twitter: "É uma vergonha que coisas como essa ainda aconteçam... Parem
com o racismo para sempre".
O presidente da FIGC, Giancarlo Abete,
classificou o episódio como "inqualificável e intolerável" por meio de
uma nota publicada no site da entidade.
"Temos que reagir com força e sem silêncio para
isolar alguns poucos criminosos que transformaram um amistoso em um
tumulto que ofende todo o futebol italiano", diz a nota.
Enquanto se retirava do campo, Boateng aplaudiu
determinados setores do público que reagiram desaprovando os colegas que
estavam na área da arquibancada de onde partiram as ofensas.
A partida foi logo suspensa e o Milan anunciou
por meio de seu site que outros jogadores negros do time - M'Baye Niang,
Urby Emanuelson e Sulley Muntari - também foram ofendidos.
O técnico do Milan, Massimiliano Allegri,
afirmou ter ficado "desapontado" com o episódio. "Precisamos acabar com
esses gestos não civilizados. Nos desculpamos com todos os outros
torcedores que vieram para ver um belo dia esportivo".
"Prometemos retornar e nos desculpamos com o
clube e os jogadores do Pro Patria, mas não poderíamos ter tomado uma
atitude diferente".
Massimiliano deu apoio irrestrito á saída de campo dos jogadores do time.
Sinal
"Isso tudo é muito triste, mas nós tivemos que
dar um sinal forte. Estamos muito orgulhosos de nossos jogadores por sua
decisão", disse à BBC Sport Umberto Gandini, um diretor do Milan.
O episódio provocou reações de outros jogadores e
da sociedade civil. Vincent Kompany, o capitão do Manchester City,
apoiou a atitude dos jogadores do Milan.
Piara Powar, diretor da organização FARE (sigla
de Futebol Contra o Racismo na Europa) disse que a federação de futebol
italiana deve adotar uma ação de força.
"Elogiamos Kevin-Prince Boateng por suas ações e seus colegas de time pelo apoio que deram a ele", disse Powar.
"A Itália, assim como qualquer pais da Europa,
tem que lidar com um sério problema de racismo. Esperamos uma ação forte
da FIGC", disse.
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