terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Longevidade em ilha grega intriga cientistas

Da BBC

Ikaria Grécia (Foto: BBC) 
Pesquisadores avaliaram hábitos dos moradores
com mais de 65 anos de idade (Foto: BBC)
 
Cientistas estão investigando o segredo da longevidade dos 8 mil moradores da Ilha de Ikaria, no leste da Grécia, que vivem em média dez anos a mais que a maioria dos europeus e apresentam uma saúde muito melhor no fim da vida.

Pesquisadores da Universidade de Atenas estudaram os moradores locais com mais de 65 anos. Christina Chrysohoou, cardiologista da instituição, afirma que eles sofrem dos mesmos tipos de doenças que as outras pessoas, como câncer e problemas cardiovasculares, mas essas condições ocorrem mais tarde.

"(...) Não podemos evitar essas enfermidades, mas eles conseguem preservar a qualidade de vida por muitos anos. A idade média para (a ocorrência de) doenças cardiovasculares é entre 55 e 65 anos. Em Ikaria, isso acontece cerca de dez anos depois", afirmou.

Entre os moradores da ilha, o número de fumantes é baixo, o cochilo depois do almoço é regra, o ritmo de vida é lento e as pessoas se reúnem com amigos e familiares com frequência, quando bebem quantidades moderadas de vinho.

As famílias grandes dão aos moradores mais idosos um papel importante na sociedade, e os níveis de depressão e demência são baixos.

Ikaria Grécia (Foto: BBC) 
Ilha tem poucos fumantes, mas cochilo após o
almoço e consumo de vinho são regras (Foto: BBC)
Dieta

Outros fatores também podem contribuir para a longevidade dos moradores da Ilha de Ikaria, que fica perto da costa da Turquia. Mesmo em comparação à dieta típica da região do Mediterrâneo, os que vivem no local consomem mais peixes, verduras e legumes, além de também níveis relativamente menores de carne.
Seis entre dez pessoas com mais de 90 anos do lugar ainda são fisicamente ativas, em comparação com apenas 20% desse grupo em outros lugares.

A maior parte dos alimentos é cozida em azeite de oliva. Além disso, grandes quantidades de ervas são colhidas e usadas para temperos e fins medicinais. Muitos ainda fazem um chá consumido diariamente com ervas secas, como sálvia, camomila e hortelã. Para adoçar, apenas o mel local.

Muitas dessas ervas silvestres são usadas no mundo todo como remédios tradicionais e têm poder antioxidante e diurético, o que pode diminuir a pressão sanguínea.

Os pesquisadores da Universidade de Atenas também pretendem fazer estudos geológicos na ilha, para saber se há elementos radioativos em Ikaria que possam ter efeito sobre alguns tipos de câncer.


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