sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Metade dos alimentos do mundo acaba no lixo

Roma - Metade do alimento que é produzido no mundo, cerca de 2 bilhões de toneladas, acaba no lixo, embora seja em grande parte comestível. O número impressionante surge de um relatório do Instituto britânico de Engenheiros Mecânicos.

      Entre as causas de tamanho volume de resíduos, há maus hábitos de milhões de pessoas, que não conservam os produtos de forma adequada; mas também as datas de validade excessivamente rigorosas dos alimentos e as promoções, que induzem os consumidores a comprar mais alimentos do que precisam.

A ITÁLIA DESPERDIÇA € 12,3 BILHÕES DE ALIMENTOS POR ANO
 Mais da metade poderia ser recuperada e doada a quem tem fome
 
      Todos os anos na Itália são jogados fora € 12,3 bilhões em alimentos, dos quais a metade pelos consumidores (6,9 bilhões). São 42 kg por pessoa de sobras de comida não reutilizada e alimentos vencidos ou que estragaram, para um desperdício per capita de € 117 anuais. No entanto, dos € 6 bilhões pretendidos, atualmente quase € 1 bilhão é recuperado e levado às mesas daqueles que não têm o suficiente. Foi o que mostrou uma pesquisa realizada no ano passado pela Fundação da Subsidiariedade e o Politécnico de Milão, em colaboração com a Nielsen Italia e intitulada "Dar de comer aos famintos. Os excessos alimentares como oportunidade".

      Para os especialistas, a principal razão de tanto desperdício é o descompasso entre oferta e demanda, e a não-conformidade do produto aos padrões do mercado. Isto é especialmente verdadeiro ao nível doméstico, embora as empresas da rede de abastecimento gerem mais excedente do que as famílias.

      Atualmente, a maior parte do alimento em excesso não é recuperada para consumo humano. Só uma pequena parte (6%) é doada aos chamados "bancos de alimentos" e organizações beneficentes. O desperdício de alimentos na Itália é de 5,5 milhões de toneladas/ano, ou 92,5% do excedente e 16% dos consumos. No entanto, explica Alessandro Perego, professor de logística no Politécnico de Milão e curador da pesquisa, ''quase 50% do excedente gerado na cadeia alimentar seria recuperável para o consumo humano com relativa facilidade", mas seria preciso "boa vontade e um trabalho de equipe entre todas as empresas da cadeia de abastecimento, em um contexto de regras tendente a garantir a qualidade e sem burocracia desnecessária''.

      ''A pesquisa - disse Giorgio Vittadini, presidente da Fundação para a Subsidiariedade - "mostra que a colaboração entre as instituições, a rede de abastecimento agroalimentar e as organizações sem fins lucrativos, tal como o Banco Alimentar, é essencial para satisfazer as necessidades alimentares de muitos indigentes. Nenhuma crise e nenhum desperdício se vencem com a varinha mágica ou proclamações, mas com um trabalho que exige colaboração e educação''. 

www.italianos.it
imagem arquivo Google

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