Da EFe -O Vaticano
abriu excepcionalmente nesta terça-feira (19) suas portas à imprensa
para mostrar alguns de seus locais menos conhecidos, em vista dos
próximos eventos devido à renúncia do papa Bento XVI, que será
oficializada no dia 28 deste mês.
Jornalistas de vários países e veículos de imprensa - entre eles a
Agência Efe - se reuniram em frente ao chamado Portão Petriano, um dos
três grandes acessos ao Vaticano, para participar de um percurso entre
os lugares que serão o centro do mundo nos próximos dias quando for
efetivada a renúncia de Bento XVI e começar o conclave para escolher seu
sucessor.
Imagem mostra os jardins do Vaticano, nesta terça (Foto: Filippo Monteforte/AFP)
O percurso organizado pelo Vaticano começa na 'Domus Sanctae Marthae'
(residência Santa Marta), a poucos metros do Portão Petriano, situado à
direita da Basílica de São Pedro e onde ficarão hospedados os 117
cardeais que se reunirão no conclave que elegerá o próximo pontífice.
O edifício moderno e privado de interesse arquitetônico se transformará
em um local de vital importância nos dias do conclave, já que, em seus
cinco andares e 106 confortáveis suítes, 22 quartos individuais e vários
salões, os cardeais trocarão impressões e decidirão o destino da
Igreja.
Embora seu interior tenha decoração austera, nada tem a ver com as
instalações usadas nos conclaves de épocas passadas, onde os cardeais
ficavam em quartos separadas por biombos, sem banheiros individuais e
com as janelas seladas para impedí-los de se comunicar com o exterior.
Mosteiro 'Mater Ecclesiae', residência que Bento XVI escolheu para viver após sua renúncia (Foto: Gregorio Borgia/AP)
De lá se chega ao imponente palácio neoclássico do 'Governatorato',
sede do governo do Vaticano, em cujo interior podem ser vistos vários
escritórios, todos com a foto de Bento XVI.
A visita ocorre com rapidez, já que às 14h locais os jardins do
Vaticano fecham suas portas aos turistas para que o papa possa desfrutar
da calma e da privacidade de um sereno passeio.
Bento XVI costuma fazê-lo frequentemente. Não são longos passeios, mas
momentos de oração e contemplação em algum dos pequenos cantos dos
jardins onde reina um incomum silêncio em contraste com a caótica Roma. O
silêncio, por sinal, foi o grande protagonista durante o passeio pelos
22 hectares dos jardins que ocupam metade da área do Estado pontifício.
Basílica de São Pedro vista dos jardins do Vaticano (Foto: Filippo Monteforte/AFP)
O mosteiro 'Mater Ecclesiae', residência que Bento XVI escolheu para
viver após sua renúncia, fica em uma área afastada dos jardins com uma
privilegiada vista para a cúpula de São Pedro, e do qual são observados
os telhados da Capela Sistina, onde será colocada a chaminé que
anunciará a escolha do novo pontífice através de uma fumaça branca.
Trata-se de um lugar estratégico, completamente cercado por um grosso
muro, um jardim de limoeiros e laranjeiras, fresco e amplo para que
Bento XVI possa passear e se dedicar a suas reflexões e orações.
O edifício, já conhecido como 'a Boa Retirada' no qual vive um grupo de
freiras, tem quatro andares e 12 celas monásticas. Em seu térreo ficam o
refeitório, a cozinha e a enfermaria, uma biblioteca e uma capela.
O mosteiro atualmente está sendo reestruturado, e se trabalha durante
todo o dia todo para terminá-lo o mais rápido possível e torná-lo o mais
acolhedor possível para a chegada do novo hóspede.
Após sua renúncia, Bento XVI passará cerca de dois meses na residência
apostólica de Castelgandolfo (a cerca de 30 quilômetros de Roma) até que
termine a reestruturação do mosteiro.
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