Por Barry Moody
Roma- Uma
crise política italiana que agitou a zona do euro se aprofundou nesta
quarta-feira, quando dois líderes partidários descartaram as opções mais
prováveis de formar um governo e evitar uma nova eleição.
O líder populista Beppe Grillo fechou a porta para sondagens
feitas do chefe da centro-esquerda Pier Luigi Bersani com uma torrente
de insultos, enquanto Nichi Vendola, o parceiro da coalizão júnior de
Bersani, descartou uma aliança de governo com a centro-direita.
Essas duas opções são vistas atualmente como a única maneira de
evitar a volta às urnas imediatamente depois da eleição de 24 e 25 de
fevereiro, no qual um enorme voto de protesto contra políticos
tradicionais e políticas de austeridade mergulhou a Itália num impasse.
A perspectiva de uma incerteza prolongada na terceira maior
economia da zona do euro provocou quedas pronunciadas nos mercados
mundiais logo depois do resultado eleitoral, mas eles se acalmaram nesta
quarta-feira depois de uma sólida demanda pela dívida do governo
italiano em um leilão, com títulos europeus, ações e euro mais
reforçados.
A centro-esquerda ficou com a maioria das cadeiras na eleição, mas nenhum grupo tem uma maioria para governar.
O Movimento 5 Estrelas de Grillo bloqueou o controle do
Parlamento pela centro-esquerda, depois de uma das maiores vitórias
populistas na história europeia recente.
Bersani anunciou propostas cautelosas para Grillo na terça-feira,
sugerindo que poderia haver acordo em uma lista curta de medidas comuns
a ambos os lados.
Mas ele disse que os que apoiavam um governo de centro-esquerda
teriam que apoiá-lo em um voto de confiança, que seria vital antes que
ele fosse instalado. Continuação...
brreuters.com
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A eleição geral italiana foi uma expressão retumbante de rejeição às
medidas de austeridade adotadas como parte de um pacto fiscal com a
Comissão Europeia.
A indicação de um governo de tecnocratas dirigido por Mario Monti,
ex-integrante da Comissão Europeia, depois da renúncia do premiê Silvio
Berlusconi ao final de um longo período no poder, em novembro de 2011,
resultou na imposição de medidas de austeridade, fruto de um acordo com a
Comissão Europeia e o Banco Central Europeu.
Isso causou, porém, queda nos salários e nas aposentadorias, aumento nos
impostos e alta no desemprego, diante de um pano de fundo de escândalos
de corrupção na elite italiana e da mais longa recessão que o país
enfrenta desde a Segunda Guerra. As medidas fiscais do "super-Mario"
tinham muito mais apelo em Bruxelas e em Frankfurt do que em Roma.
Mario Monti renunciou em dezembro depois que o partido conservador de
Berlusconi retirou o apoio ao seu governo. Na eleição geral, Monti
conseguiu obter só 10% dos votos. A vasta maioria dos italianos talvez
não soubesse o que quer. Mas ainda assim rejeitou decisivamente a
austeridade.
A crise das dívidas nacionais na zona do euro voltou com toda força. A
Itália é a terceira maior economia da zona do euro. Sua dívida pública
equivalia a 127% do seu PIB em 2012 e deve atingir os 128% em 2013, o
segundo maior patamar na Europa, abaixo da Grécia. As ações dos grandes
bancos europeus caíram em mais de 4% assim que o resultado da eleição
ficou claro.
Com o comparecimento de 75,2% dos eleitores, o mais baixo desde que a
Itália se tornou uma república, a centro-esquerda comandada por Pier
Luigi Bersani ficou com 29,54% dos votos. A centro-direita registrou
29,19%, e o indomável Berlusconi, 76, premiê por três vezes, provou que
está de volta, a despeito de condenações por fraude tributária e de
acusações de que pagou por sexo com menores de idade, entre outras
transgressões.
Mas o verdadeiro vencedor foi o "Movimento Cinco Estrelas" (M5S), uma
organização nova que combate as elites tradicionais, criada há três anos
pelo comediante Beppe Grillo, que obteve 25,55% dos votos, a maior
fatia entre os partidos individuais.
A crise do euro não é o único problema no horizonte. Em 1º de março,
entra em vigor o bloqueio de gastos nos EUA, um procedimento legal que
deflagrará cortes de gastos públicos, nos termos da lei de controle
orçamentário de 2011. A não ser que surja um acordo de último minuto,
haverá um corte de gastos de US$ 85 bilhões.
A política monetária se tornou vítima das rivalidades políticas
internas, dos dois lados do Atlântico.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
Leia mais em: http://noticias.bol.uol.com.br/internacional/2013/02/28/bella-italia.jhtm
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