Roma - O líder da centro-esquerda italiana, Pier Luigi Bersani, confirmou
nesta terça-feira uma reunião em breve com seu rival de centro-direita
Silvio Berlusconi, mas deu poucas esperanças de um avanço no impasse
político que perdura desde a eleição inconclusiva de fevereiro.
Bersani conquistou a maioria na Câmara dos Deputados mas não no
Senado, o que lhe teria permitido formar um governo. Até agora ele
recusou apelos de Berlusconi por uma "grande coalizão" entre as duas
forças rivais.
Ele disse que iria encontrar Berlusconi em "algum momento nos
próximos dias" para discutir a eleição do próximo presidente da Itália,
um processo que envolve as duas Casas do Parlamento, bem como
representantes das regiões italianas, e que começa em 18 de abril.
No entanto, Bersani se mostrou irredutível em sua rejeição aos
apelos de Berlusconi para compartilhar o poder em uma "grande coalizão",
dizendo que o líder de centro-direita demonstrou durante o governo
tecnocrata de Mario Monti não ser digno de confiança.
"Quando eu encontrar com ele, vou dizer: 'Nós não esquecemos. Nós
conhecemos você, mesmo se você tentar se disfarçar", disse ele à
televisão estatal RAI.
O comentário ressalta o quanto está travado o impasse entre as
duas principais forças no Parlamento mais de 40 dias após a eleição que
não deixou nenhum partido em condições de formar um governo.
A outra força principal, o Movimento 5 Estrelas liderado pelo
ex-comediante Beppe Grillo, recusou qualquer aliança com ambos os
grandes partidos, os quais culpa pela profunda crise social e econômica
da Itália.
O impasse deve complicar a eleição para o sucessor do presidente Giorgio Napolitano, cujo mandato termina em 15 de maio.
A votação é vital, porque com o seu mandato prestes a expirar,
Napolitano já não tem o poder de dissolver o Parlamento e convocar novas
eleições, e caberá a seu sucessor encontrar uma saída para o impasse.
(Por James Mackenzie)
Da Reuters
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