Julgamento começa nesta segunda, na Sicília; presidente é um dos réus.Governo teria negociado com mafiosos para por fim a ataques em 1990.
O julgamento sobre supostas negociações entre funcionários do governo e
representantes da máfia após
uma série de ataques com bomba e
assassinatos nos anos 1990 começou nesta segunda-feira (27) na Sicília.
Segundo a acusação, os membros do governo concordaram em ser menos
severos com os integrantes da máfia, reduzindo o número de detenções e
melhorando as condições de prisão, em troca do fim dos ataques.
Dez pessoas, entre elas o ministro do Interior da época, Nicola
Mancino, e o chefe da máfia Toto Riina, estão no banco dos réus.
Os promotores também pretendem convocar para prestar depoimento figuras
políticas como o presidente da República, Giorgio Napolitano.
"Combati a máfia. Não posso estar no mesmo julgamento que os chefes da máfia", disse Mancino antes do início das audiências.
"Pediremos que o julgamento seja arquivado", disse Mancino, que é acusado de falso testemunho.
A promotoria alega que depois dos assassinatos de dois juízes que
combatiam a máfia em 1992, importantes autoridades do governo italiano
iniciaram negociações secretas com a máfia.
Mancino está sendo julgado ao lado do ex-senador Marcello dell'Utri e
de três ex-comandantes da polícia, Antonio Subranni, Mario Mori e
Giuseppe De Donno.
Os ex-chefes da máfia Riina, Leoluca Bagarella e Antonio Cina, assim como os foragidos Giovanni Brusca e Massimo Ciancimino, também são julgados.
Como parte da investigação, os promotores ouviram uma conversa
telefônica entre Mancino e Napolitano, o que provocou um confronto entre
a procuradoria e a presidência italiana.
Por decisão de um tribunal, a fita foi destruída e o conteúdo não foi revelado.
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