Sobreviventes de naufrágio na costa de Lampedusa são resgatados
(Foto: Nino Randazzo/ASP press office/Reuters)
Resgatistas italianos encontraram mais 20 corpos próximos a um barco
que naufragou na costa da ilha italiana de Lampedusa, nesta quinta-feira
(3), aumentando para ao menos 100 o número de mortes no acidente,
informou a agência de notícias Reuters.
Segundo a agência France Presse , 130 pessoas morreram. A agência cita
fontes da Guarda Costeira e já havia informado que 151 pessoas foram
resgatadas vivas. A Associated Press fala em 104 mortos.
Ainda estão em curso os trabalhos de retirada das vítimas, explicou a
prefeita da ilha italiana, Giusi Nicolini.
A Guarda Costeira informou
que cerca de 200 pessoas ainda estão desaparecidas.
De acordo com a primeira reconstituição dos fatos, a embarcação virou
em frente a "Isola dei Conigli", uma ilhota que pertence a Lampedusa, e
tinha a bordo cerca de 500 imigrantes, inclusive mulheres e crianças.
As vítimas explicaram que são da Eritréia e da Somália e que zarparam do litoral da Líbia.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) e a
Organização Internacional para Imigrantes disseram que as vítimas podem
ser da Eritréia e confirmou que elas teriam saído da Líbia.
No Twitter, o Papa Francisco pediu orações pelas vítimas da tragédia.
"Rezemos pelas vítimas do trágico naufrágio na costa de Lampedusa",
disse o pontífice.
Imigrantes morrem em naufrágio na Itália (Foto: AFP)
O chefe da Acnur, António Guterres, expressou sua consternação diante
da tragédia. "Felicito pela rápida ação tomada à guarda litorânea
italiana para salvar vidas. Ao mesmo tempo, estou consternado pelo
fenômeno mundial crescente de emigrantes e pessoas que fogem de
conflitos ou perseguições e que morrem no mar", declarou Guterres em
comunicado.
A Acnur expressou seu compromisso de colaborar com os países da região
para dar assistência a estas pessoas que "arriscam suas vidas em viagens
tão perigosas".
O comissário extraordinário da Agência de Saúde de Palermo, Antonio
Candela, que coordena as operações de assistência aos imigrantes
resgatados, explicou que 120 pessoas já estão em terra firme, entre elas
30 crianças, algumas com poucos meses, e duas mulheres grávidas.
Participam das operações de resgate a Guarda Litorânea italiana e a Guardia di Finanza, a polícia de fronteiras do país.
A prefeita da ilha, Giusi Nicolini, confirmou que entre os mortos estão
duas crianças pequenas e uma mulher grávida, e informou que o número de
vítimas deve ser maior "pois o mar está cheio de corpos".
Giusi também informou à imprensa italiana que, entre os sobreviventes,
as forças da ordem prenderam uma pessoa. Acredita-se que ele seja o
traficante responsável pelo transporte ilegal.
Corpos das vítimas de naufrágio são vistos na costa de Lampedusa nesta quinta-feira (3)
(Foto: Nino Randazzo/AP)
"Trata-se de uma tragédia imensa", acrescentou Giusi, que explicou que
os sobreviventes relataram que estavam há várias horas em alto-mar e que
não conseguiram pedir ajuda, por isso decidiram acender uma chama para
serem localizados.
A embarcação pegou fogo logo depois e muitos imigrantes tiveram que se
lançar ao mar e, por fim, o barco virou, acrescentou a prefeita.
"É um horror. Não param de chegar barcos cheios de corpos. Os meios de
comunicação têm que vir aqui para ver isso. É impressionante",
acrescentou a prefeita entre lágrimas enquanto falava por telefone com
algumas emissoras de televisão.
O responsável da Agência de Saúde de Palermo, Antonio Candela, que
coordena as operações de assistência aos imigrantes resgatados, informou
que foram recuperadas 150 pessoas, entre elas dezenas de crianças,
algumas com poucos meses de idade, e mulheres grávidas.
Candela explicou que as condições dos sobreviventes eram boas e que,
apesar de alguns terem apresentado sintomas de hipotermia, ninguém
precisou ser hospitalizado.
Participam das operações de resgate a Guarda Litorânea italiana e a
Guardia di Finanza, a polícia de fronteiras do país, além de barcos
pesqueiros e embarcações particulares.
Outros casos
Uma embarcação com 463 imigrantes ilegais chegou à ilha durante a última noite. Os imigrantes foram transferidos para um abrigo em Lampedusa, que ontem já tinha atingido sua capacidade máxima de 700 pessoas.
Uma embarcação com 463 imigrantes ilegais chegou à ilha durante a última noite. Os imigrantes foram transferidos para um abrigo em Lampedusa, que ontem já tinha atingido sua capacidade máxima de 700 pessoas.
Trata-se de uma nova tragédia envolvendo a imigração nas últimas
semanas, depois que 13 imigrantes ilegais morreram no dia 30 de setembro
após terem sido obrigados pelos traficantes a saltar da embarcação na
qual viajavam, mesmo sem saber nadar e com o mar agitado.
O grupo de 200 imigrantes foi obrigado a se jogar ao mar, a poucos
metros da praia do Pisciotto na cidade de Scicli, na província de
Ragusa, na Sicília.
No dia 10 de agosto, outros seis imigrantes ilegais, entre eles um
menor, morreram ao tentar alcançar o litoral Sicília a nado, depois que o
barco pesqueiro, no qual viajavam junto com vários imigrantes da Síria e
do Egito, encalhou.
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