Arcebispo do Rio se tornará cardeal no próximo dia 22 de fevereiro
O brasileiro Dom Orani João Tempesta está na lista de 19 religiosos que serão criados cardeais (foto: ANSA)
São Paulo - A 10 dias de se tornar cardeal, o arcebispo do Rio de
Janeiro, Dom Orani João Tempesta, disse que "não esperava" receber o
título e que o novo encargo não mudará seus trabalhos pastorais no
Brasil.
"Ninguém espera receber do Papa o título de cardeal. Sei que ele
procura nomear quem acha melhor, por isso, só tenho que agradecer a
oportunidade que chega com essa nova missão", disse o religioso nesta
quarta-feira (12), em entrevista exclusiva à ANSA.
Há um mês, o papa Francisco anunciou que Tempesta, de 64 anos,
receberia o título de cardeal junto com mais outros 18 religiosos. Essa
foi a primeira vez que o Pontífice indicou nomes para esses cargos desde
que assumiu a liderança da Igreja Católica, em março de 2013. "Vou
permanecer no Rio de Janeiro e continuar meus trabalhos pastorais na
diocese. É claro que, com esse novo encargo, terei mais viagens para
Roma, além da responsabilidade que passo a assumir com a igreja
mundial", comentou.
A indicação de Dom Orani aconteceu dias antes da Santa Sé anunciar o
afastamento do brasileiro e arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer,
de uma comissão de supervisiona as atividades do Banco do Vaticano.
"Dom Odilo continua nas missões do Vaticano, pois tem uma capacidade
muito grande em questões organizacionais e financeiras. Ele fez um
grande trabalho na comissão e ainda tem muito prestígio", disse o
arcebispo do Rio, afastando especulações sobre a saída do brasileiro.
"As mudanças em comissões são naturais e acontecem por várias razões",
completou.
Sobre a representatividade do Brasil dentro da Igreja Católica, Dom
Orani afirmou que isso depende de uma "complexa equação" que todo Papa
precisa resolver. "O número de cardeais brasileiros e latino-americanos
é uma reclamação constante da imprensa. Porém, existe uma limitação
para a quantidade de cardeais, além da regra de que todos os continentes
devem ser representados. É uma equação muito difícil de se resolver",
disse.
O arcebispo, porém, admitiu que as nomeações de Francisco apontam
para a "internacionalização" da Igreja, já que os novos cardeais são do
Brasil, Itália, Alemanha, Reino Unido, Nicarágua, Canadá, Costa do
Marfim, Argentina, Coreia do Sul, Chile, Burkina Faso, Filipinas, Haiti,
Espanha e Santa Lúcia, ou seja, a maioria de países em desenvolvimento e
relacionados à proposta de Igreja dos pobres e para os pobres promovida
pelo Papa.
Com Dom Orani, o Brasil passou a ter 10 cardeais, sendo que cinco
deles são aptos a votar em conclaves: Dom Raymundo Damasceno Assis, Dom
Cláudio Hummes, Dom Odilo Scherer, Dom João Braz de Aviz e o próprio
arcebispo do Rio.
No ano passado, Dom Orani foi o responsável por organizar a Jornada
Mundial da Juventude (JMJ) no Rio de Janeiro e acompanhar Francisco
durante sua viagem ao Brasil, em julho.
O arcebispo se reunirá em consistório com o papa Francisco no próximo
dia 22 de fevereiro, ocasião em que será oficialmente intitulado
cardeal.
http://www.papafrancesconewsapp.com/por/ (ANSA)
www.ansabrasil.com.br
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