quinta-feira, 1 de maio de 2014

Pesquisa explica 'fraturas' no Davi de Michelangelo

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Imagem mostra fraturas nas pernas do Davi de Michelangelo (foto: ANSA)
Imagem mostra fraturas nas pernas do Davi de Michelangelo (foto: ANSA)
 
 
Firenze - Por conta do seu inestimável valor, o Davi de Michelangelo, um dos maiores símbolos do Renascimento italiano, tem sido objeto de muitas análises voltadas a uma série de micro-fraturas na parte inferior de ambas as pernas, percebidas ainda na metade do século XIX. Essas imperfeições ameaçam a estabilidade da estátua, por isso um profundo conhecimento sobre elas é indispensável para manter essa obra-prima de pé.

    Por conta disso, um grupo de pesquisadores do Instituto de Geociências e Georrecursos do Conselho Nacional de Pesquisas da Itália (CNR) e da Universidade de Estudos de Florença aplicou uma abordagem experimental em uma réplica de gesso de 10 cm da escultura, que foi colocada dentro de uma centrífuga. Os resultados do trabalho foram publicados no Journal of Cultural Heritage, e apontam que constantes inclinações da obra foram um fator determinante para o aparecimento das lesões.
 
    "Durante a rotação no interior do equipamento, os modelos em pequena escala são submetidos a forças muito mais elevadas que a gravidade, mas agem da mesma forma. Em diferentes testes, as pequenas estátuas foram submetidas a uma força centrífuga crescente, tornando-as sempre mais 'pesadas', até que os esforços gravitacionais superam a resistência do material e há uma ruptura", explicou o pesquisador do CNR Giacomo Corti.
 
    Os experimentos analisaram a influência de vários parâmetros e levaram à conclusão de que, tanto a estabilidade como as características das deformações do Davi, se devem principalmente à inclinação da escultura. "Quanto maior é o ângulo de inclinação, maior é a instabilidade da estátua sob o próprio peso, principalmente para inclinações superiores a 15°", acrescentou o estudioso.
 
    No caso da obra original, Corti acredita que as inclinações não passaram de 5°, mas ainda assim foram determinantes para o surgimento dessas pequenas fraturas. "Provavelmente, essa pequena inclinação ocorreu durante sua permanência em frente ao Palazzo Vecchio, entre 1504 e 1873", afirmou. Nesse período, a obra-prima de Michelangelo ficava em uma praça de Florença, mas agora ela se encontra protegida dentro do museu Galleria dell'Accademia, na mesma cidade, e no seu lugar foi colocada uma réplica. (ANSA)


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