quinta-feira, 22 de maio de 2014

Renzi, Berlusconi e Grillo encerram campanha europeia

Italianos irão às urnas no próximo domingo (25) para escolher representantes na UE

Matteo Renzi discursou em uma praça de Roma (foto: ANSA)
22 MAIO, 17:40ROMAZLR
(ANSA) - Às vésperas das eleições para o Parlamento europeu na Itália, marcadas para o próximo domingo (25), os líderes dos três principais grupos políticos do país participaram dos comícios que encerraram as campanhas dos seus partidos para o pleito. Em meio a críticas e ataques, Matteo Renzi, Silvio Berlusconi e Beppe Grillo tiveram sua última chance de pedir o apoio dos eleitores italianos, em uma votação caracterizada pela baixa participação popular.
    Ao todo, os 28 países que integram a União Europeia vão eleger 751 deputados, que representarão uma população de pouco mais de 500 milhões de pessoas. As nações que têm direito ao maior número de assentos são Alemanha (96), França (74), Itália (73), Reino Unido (73) e Espanha (54).
    Os britânicos e os holandeses foram os primeiros a abrir as urnas, nesta quinta-feira (22). Amanhã (23), as eleições acontecem na Irlanda e na República Tcheca. No sábado (24), será a vez de Letônia, Malta, Eslováquia e ainda os tchecos. Os outros países realizarão o pleito no domingo.
    Com a crise econômica que ainda assola a Europa, existe o risco de o Parlamento ter a maior presença de partidos eurocéticos de sua história. Veja abaixo o que disseram nesta quinta os líderes das principais legendas italianas:

Matteo Renzi

Primeiro-ministro desde o último mês de fevereiro e líder do centro-esquerdista Partido Democrático (PD), Renzi participou de um comício em Roma, onde foi recebido com entusiasmo pelas pessoas. "Se alguém pensava que teríamos medo de sair às ruas, hoje nós demonstramos que a praça é a nossa casa. Estão discutindo sobre as eleições europeias para entender quem vencerá. Esse problema está resolvido, porque as eleições venceremos nós", declarou o premier.
    Renzi também disse que a esquerda não deve "ser esnobe" e abrir mão de tentar conquistar os votos da direita e dos céticos. "Sem medo, amigos do PD. Basta com o esnobismo. Nós queremos os votos da direita e levá-los conosco. Precisamos convencer os eleitores da centro-direita e do Movimento 5 Estrelas. Eles são o insulto, nós a proposta. Eles são o medo, nós a esperança. Eles são o pesadelo que evoca o terror, nós o direito de tornar a sonhar, apesar das dificuldades", ressaltou.

Silvio Berlusconi

Condenado por fraude fiscal e impedido de concorrer a cargos públicos, Silvio Berlusconi participou de um encontro do seu partido, o centro-direitista Forza Italia (FI), também em Roma. No comício, ele afirmou viver em um Estado que não é uma "verdadeira democracia", onde existe a possibilidade de alguém "ser privado de sua liberdade sem processo e sem provas", uma clara referência à sua sentença.
    Em seguida, ele voltou sua artilharia contra o governo de Matteo Renzi, a quem acusou de ser mais do mesmo. "Nós éramos, somos e seremos oposição a um governo que apresenta o jovem rosto de Renzi, mas que é de esquerda, e faz as mesmas coisas que a esquerda sempre fez. Essas eleições de domingo são um referendo sobre aquele que, no nosso juízo, é um governo não eleito pelos cidadãos, o governo Renzi", declarou.
    Berlusconi ainda acusou o premier de aumentar os impostos sobre as moradias e as famílias italianas e prometeu que vai abolir taxas assim que sua legenda voltar ao poder.

Beppe Grillo

O fundador e líder do Movimento 5 Estrelas (M5S), que caracteriza-se pelo discurso contra o euro e a política tradicional, escolheu a cidade de Milão para fazer seu último comício para as eleições europeias. No evento, Grillo afirmou que a sigla já venceu o pleito e que as críticas ferozes que faz aos seus adversários, muitas vezes chegando a ofensas pessoais, exprime uma "raiva boa".
    "Quando nós os mandarmos para casa, vamos acompanhá-los com uma carícia e diremos: 'Venham, acabou.' Nós devemos nos tornar o Estado, com os cidadãos entrando no governo, sem intermediários", afirmou o humorista.
    O encontro do M5S ainda contou com um reforço de peso, o prêmio Nobel de Literatura Dario Fo, a quem Grillo definiu como "um dos pouquíssimos homens de cultura" da Itália. "Esse movimento está começando a causar medo", disse o escritor e dramaturgo. (ANSA)


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