Roma - O primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, defendeu a Lei de Estabilidade aprovada pelo Conselho dos Ministros e afirmou que a medida vai fazer com que as famílias não sejam as únicas obrigadas a pagar o preço da crise econômica.
"Faz 20 anos que só as famílias pagam, agora é a hora das Comunas e das Regiões pagarem. Pela primeira vez, um premier não vai para a TV dizer onde se deve economizar dinheiro, mas que decide que 18 bilhões de euros devem ser restituídos às pessoas que têm esse direito", disse Renzi em entrevista ao TG1 nesta sexta-feira (17).
Sobre as reclamações dos prefeitos e governadores italianos, o primeiro-ministro disse que "exclui a abertura de algum processo de infração" porque seu governo está aberto ao diálogo e "nós fizemos uma manobra que vai de acordo com as necessidades do país e respeitamos todas as regras".
Ao falar sobre o protesto que ocorreu nesta manhã em Turim, onde havia uma conferência europeia de alto nível sobre emprego, ele afirmou que "a única maneira para combater o desemprego não é ir para uma praça protestar, mas colocar as empresas assumindo suas responsabilidades. Há quem queira ocupar as fábricas, eu quero abri-las".
Reforçando o discurso de Renzi, o ministro italiano da Economia, Pier Carlo Padoan, disse que "há o interesse do governo de fazer as empresas assumirem valores para torná-las mais competitivas".
O governador de Vêneto, Luca Zaia, afirmou que irá fazer "um recurso contra a lei de estabilidade", ressaltando que não terá como explicar para os cidadãos possíveis cortes na saúde ou na área social.
Já o presidente da Lombardia, Roberto Maroni, destacou que se a lei permanecer como está ela "terá consequências catastróficas". Maroni disse que a medida põe em risco o "fechamento de 10 hospitais e cortes na infraestrutura e no transporte".
A Lei da Estabilidade prevê o corte de 15 bilhões de euros nas despesas públicas, incluindo reduções nos gastos do Estado, das regiões, das prefeituras e das províncias.
O governo também pretende aumentar a arrecadação em 3,8 bilhões de euros apenas reforçando a luta contra a evasão fiscal. As medidas têm como objetivo cobrir o programa de diminuição de impostos anunciado pelo primeiro-ministro. A partir de 2015, será zerado o componente trabalhista do Imposto Regional sobre as Atividades Produtivas (Irap) para as empresas. A meta é incentivar as contratações por tempo indeterminado nas companhias italianas, enfrentando o alto desemprego no país. (ANSA)
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