sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Expo 2015 pode ajudar economias brasileira e italiana


Projeto do pavilhão do Brasil para a Expo Milão 2015 (foto: Ansa)

 SÃO PAULOBEATRIZ FARRUGIA
(ANSA) - A Expo 2015, feira universal que ocorrerá na cidade de Milão no ano que vem, pode ser uma oportunidade para impulsionar as economias do Brasil e da Itália, que enfrentam uma fase de baixo crescimento, segundo projeções de entidades de comércio e exportação.

Em um encontro na sede da Fiesp, em São Paulo, nesta terça-feira (4), representantes de agências italianas afirmaram que o evento trará benefícios à Itália, país-sede, e ao Brasil, que se encaixa perfeitamente no tema desta edição da feira mundial: "Nutrir o Planeta, Energia para a Vida".

"A Expo Milão 2015 parece ter sido feita para o Brasil, que no futuro será um país importante na questão alimentar", disse o presidente da Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio (Italcam), senador Edoardo Pollastri.

"Os dois países estão com problemas econômicos. O novo governo de Dilma Rousseff tentará desamarrar os nós que impedem o crescimento. Isso já tem sido feito pelo primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, através de reformas trabalhistas e fiscais. São os mesmos problemas e as mesmas oportunidades", observou Pollastri, ressaltando a liderança brasileira em setores do agronegócio e a capacidade de produção de alimentos do Brasil.

"Brasil e Itália têm economias complementares. São poucos os setores concorrentes. Por isso, podem se ajudar muito", comentou, por sua vez, o adido comercial da embaixada da Itália no Brasil, Cristiano Musillo.

Já o diretor do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Fiesp (Derex), William Marmonti, afirmou que a instituição irá focar em novas parcerias entre empresas brasileiras e italianas em 2015. "Esse ano, nos dedicamos à China, mas, no ano que vem, nosso foco voltará a ser a Itália", destacou.

"Queremos trazer ao Brasil o que a Itália tem de melhor. Não apenas produtos manufaturados de excelência, mas sim, de identificação de polos produtivos, biotecnologia, nanotecnologia, tratamento de resíduos e etc.", disse Marmonti.

Por sua vez, o cônsul-geral italiano em São Paulo, Michele Pala, argumentou que o evento "acontecerá em um momento muito propício, porque 2015 é o ano que a economia italiana voltará a crescer, de acordo com as últimas projeções divulgadas". "Acredito muito nas oportunidades que a Expo dará não só para Milão, mas também para a Itália e para o Brasil", acrescentou.

A Expo Milão 2015, que começa no dia 1 de maio e terá duração de seis meses, já conta com 144 países participantes, além de três organizações internacionais, como a ONU. Até o momento, foram vendidos 12 milhões de ingressos, a maior parte para a China (1,5 milhão). A estimativa de público total é de 20 milhões de pessoas.

Pavilhão
Com projeto do arquiteto Arthur Casas, o pavilhão do Brasil terá como mote "Alimentando o Mundo com Soluções". Um dos principais objetivos do pavilhão é erradicar o desconhecimento da Europa em relação à capacidade produtiva brasileira.

"O tema da Expo 2015 é ímpar, pois permite que a presença do Brasil se destaque e fique marcada na história das feiras mundiais", disse Vinicius Estrela, da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (APEX).

Com 4.133 metros quadrados, o pavilhão brasileiro é um dos maiores da Expo Milão. No térreo, os visitantes irão se deparar com uma área verde dedicada a plantações e técnicas de cultivo.

No primeiro andar, haverá vídeos e um laboratório para expor a tecnologia brasileira. Holografias serão projetadas no segundo andar aos visitantes.

Em todas as áreas de pavilhão brasileiro, haverá pontos comerciais, como bar, restaurante com capacidade para 80 pessoas e auditório. Esses locais serão abastecidos com produtos típicos nacionais.

"A ideia é fazer o visitante perceber que o Brasil deixou de ser um país importador nas décadas de 70 e 80. Hoje, é um exportador, um player no setor agroalimentar", disse o representante da APEX. (ANSA)

www.ansabrasil.com.br

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