sábado, 13 de dezembro de 2014

Em dia de greve geral, Itália registra 54 protestos

Roma -  A Itália enfrenta nesta sexta-feira (12) mais uma greve geral contra as reformas apresentadas pelo primeiro-ministro Matteo Renzi. A paralisação, convocada pelos sindicatos CGIL e UIL, têm duração de oito horas e recaem sobre os serviços públicos e privados. Ao longo do dia, estão previstas 54 manifestações pela Itália.

 Os serviços de transporte ferroviário estão com as operações suspensas até às 16h locais (13h em Brasília). Já os ônibus e trens estão circulando em horários variados, dependendo de cada cidade. Os aeroportos estarão com os serviços comprometidos pela greve até às 18h locais (15h em Brasília).

Todos os outros setores, como escolas, hospitais, administração pública, correios e telecomunicação, cruzarão os braços durante todo o dia.

Desde que assumiu o governo, em fevereiro, Renzi prometeu aprovar uma série de reformas para desburocratizar o sistema italiano e retomar a economia do país. As reformas mais criticadas têm sido a educacional, a trabalhista e a Lei de Estabilidade. Enquanto esta última prevê um corte de 18 bilhões de euros nas despesas públicas, a trabalhista, que também é chamada de "Jobs Act", flexibilixa a legislação e altera o artigo que proíbe demissões sem justa causa.

O presidente da Itália, Giorgio Napolitano, afirmou que a greve geral "é, sem dúvida, um sinal claro de tensão entre os sindicatos e o governo".

Mas Renzi, em um discurso a empresários italianos em Istambul, disse hoje que, "se as reformas forem adiadas, a Itália estará condenada a um lento declínio". "É preciso ter a coragem de mudar e ver as coisas que não vão bem, sem varrê-las para debaixo do tapete".

A secretária-geral da CGIL, Susanna Camusso, afirmou que o governo Renzi "erra ao excluir a participação popular" das tomadas de decisões. "É uma escolha do governo continuar atiçando o conflito ou debater a questão".

Caos no transporte público

Segundo informações dos próprios sindicatos, 50% dos trens urbanos e dos voos foram cancelados e cerca de 70% dos ônibus não circularam em diversas cidades. Já 96% dos trens que fazem o transporte interurbano e 73% dos vagões regionais não foram colocados em funcionamento no país até o momento. Em Roma, o metrô ficou fechado por toda a manhã e início de tarde e cerca de 200 voos da Alitalia foram cancelados.

Já no setor industrial, a CGIL e UIL informaram que "uma alta adesão à greve geral" foi constatada, parando 70,2% das indústrias italianas. Nos 54 protestos marcados para esta sexta, a CGIL destacou que cerca de 50 mil pessoas em Milão e 40 mil pessoas em Roma foram às praças e ruas para protestar contra as medidas econômicas do governo de Matteo Renzi.

Confrontos

Além do caos no transporte, foram registrados também diversos confrontos entre as forças de segurança e os manifestantes. Em Turim, as pessoas tentaram furar um bloqueio feito pela polícia e nove delas foram presas. Dois policiais e dezenas de manifestantes ficaram feridos sem gravidade.

Já em Roma, a confusão ocorreu em frente ao hospital Policlínico Umberto I. O tráfico de veículos em frente ao local foi proibido e alguns manifestantes atiraram pedras, garrafas e outros artefatos contra a instituição e os policiais.

Em Milão, os confrontos ocorreram na praça Duca d'Aosta. A polícia utilizou bombas contra os manifestantes e cercou as pessoas que estavam no local. Um grupo de cerca de 20 pessoas fantasiadas de Papai Noel pulou os portões para invadir a empresa Pirelli, mas os policiais impediram que os manifestantes chegassem até o prédio da companhia italiana.

Ao todo, 11 policiais e seguranças ficaram feridos em Milão, mas a situação já foi controlada. (ANSA)

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