"Noi italiani lavoratori,(Nós, trabalhadores italianos)Allegri andiamo in Brasile. (Vamos contentes para o Brasil)E voialtri d'Italia signori, (E vocês, nobres da Itália)Lavoratelo il volstro badile. (Peguem a pá)Se volete mangiare." (Se quiserem comer)
Este era o espírito, este era o canto dos imigrantes italianos em seus navios. Fugiam da Itália como de um cárcere. A mão-de-obra era em abundância na Europa e fez com que mais de 10 milhões de italianos imigrassem para o Mundo Novo entre 1816 e 1930. No Brasil, de 1875 a 1935, ingressaram 1,5 milhão, sendo que destes 100 mil vieram para o Rio Grande do Sul, com as mais diversas qualificações.
A imigração dos italianos está ligada ao processo de unificação da Itália e a vitória do capitalismo sobre os "pequenos reinos e sua estrutura agrária", atingindo profundamente os que viviam da terra. Da Bréscia, situada na região da Lombardia, chegaram no RS muitos italianos, dando a origem à cidade de Nova Bréscia.
Exatamente no ano de 1895, as famílias italianas de De Maman, Mezacasa, Casaril e Daroit, vindas dos municípios de Bento Gonçalves, Antonio Prado e Veranópolis, subiram por íngremes montanhas e estabeleceram-se na localidade de Arroio das Pedras, onde hoje é a localidade de Linha Tigrinho Alto, marco inicial da colonização do Município de Nova Bréscia, com suas 33 comunidades.
Já a cidade de Nova Bréscia, teve seu marco inicial por volta de 1902, quando os primeiros colonizadores, os italianos de nascimento Santo Titton e João Dalnora mais os brasileiros Felisberto de Freitas e João Machado, ali chegaram.
Nestas paragens só existia mata e piquetes. Não foi fácil para a jovem comunidade de posseiros se estabelecerem. Chegaram trazendo suas famílias e mudanças a cavalo. Sofreram muito para construírem suas casas, as tábuas eram serradas a mão e para o comércio tinha que ir até Arroio Grande, atual Encantado.
Em 1906 chegavam mais colonizadores: Antonio Dall'Oglio, Batista Recco, João Magagnin e outros que se somavam aos que já estavam no local, com o fim de explorar a terra, através da agricultura, sendo que as culturas principais eram o trigo, milho e feijão. A comercialização dos produtos era realizada nas cidades vizinhas, transportadas com filas de mulas e posteriormente com carroças. Só em 1914 foi aberta a atual estrada que liga a Encantado, antes o caminho era feito pela Linha Tigrinho.
Em 1924 chegou o primeiro médico, Dr. José Lorenzin e uma farmácia. Até então, quando necessário, os doentes eram carregados com padiolas até Encantado ou Arroio do Meio à procura de médicos.
Muitos anos se passaram. Veio a emancipação e pouco antes começou uma nova história:a saga dos churrasqueiros.
Nova Bréscia é hoje nacionalmente conhecida como a terra dos melhores churrasqueiros. Inúmeras são as casas espalhadas por este nosso Brasil e também pelo mundo.
Na década de 60, o município tinha em torno de 11 mil habitantes. Hoje são pouco mais de 5 mil.
Atualmente estima-se que, mais de 10 mil brescienses estão espalhados pelo Brasil e pelo mundo em diversas atividades. Destacam-se principalmente no ramo de churrascarias e restaurantes, que seguiram o exemplo de Albino Ongaratto, de Linha Alegre, que resolveu largar a enxada, a luta contra terrenos montanhosos, as picadas imprevisíveis nos meses de inverno e a força indomável da prodigiosa natureza, dando assim inicio a um maciço êxodo rural, que podemos chamar como a saga dos churrasqueiros.
www.prefeituradenovabrescia.com.br
foto Igreja Matriz - Wikipédia
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