O ex-ativista italiano Cesare Battisti irá oficializar sua união com a brasileira Joice Lima na tarde deste sábado (27), em Cananéia, no litoral paulista. Entre seus convidados, está o secretário de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo, Eduardo Suplicy. Em entrevista aoG1, Suplicy disse que ficou lisonjeado com o convite, mas que não poderá participar da cerimônia.
O casamento entre Cesare Battisti e Joice Lima, com quem mantém um relacionamento há anos, ocorrerá no Casa Verde Hostel e Camping, às 17h.
A relação entre Suplicy e Battisti começou em 2011, quando o então senador visitou o italiano no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. "Como eu o conheço bem há tantos anos, achei normal ele ter me convidado, até porque sou muito amigo também de colegas dele. Falei para ele que, semana que vem, mandarei o presente de casamento", diz.
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Apesar de ser amigo de Battisti, o secretário afirma que já estava com alguns compromissos marcados e, por isso, não poderá comparecer ao casamento. "Tenho compromissos aqui na cidade como secretário. Liguei para ele avisando que, logo pela manhã, devo estar com o prefeito Haddad em diversas atividades e, durante a tarde, também tenho compromissos na região do Campo Limpo. Não posso faltar e expliquei isso para ele”, conclui Suplicy.
Crime
Battisti foi condenado na Itália à prisão perpétua por envolvimento em quatro homicídios cometidos nos anos 1970, quando integrava o grupo Proletariados Armados pelo Comunismo. Em 2004, ele fugiu para o Brasil, sendo preso em 2007. A Itália pediu sua extradição e o Supremo Tribunal Federal (STF) concordou, mas destacou que isso é competência do presidente da República.
Em 2010, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva considerou Battisti alvo de perseguição e negou a extradição. O Supremo voltou a discutir o caso, mas considerou que a decisão do presidente tinha que ser respeitada. O ex-ativista italiano chegou a ser detido novamente no dia 12 de março deste ano, mas foi libertado após permanecer recluso por sete horas.
Situação de Battisti
Para o Ministério Público Federal (MPF), o Governo Federal fez uma "desesperada tentativa" de regularizar a situação de Battisti, quando o Conselho de Imigração do Ministério do Trabalho e Emprego concedeu ao ex-ativista autorização de permanência no País.
Para a Procuradoria, o ato de concessão foi ilegal, porque a legislação proíbe concessão de visto a estrangeiro condenado em outro país. Por conta disso, pediu a deportação para países de procedência de Battisti, depois que fugiu da Itália – México e França.
No processo, a União argumentou que a Procuradoria tenta rediscutir uma decisão tomada pelo presidente e confirmada pelo Supremo.
Para a juíza federal de Brasília, Adverci Rates Mendes de Abreu, o Conselho de Imigração contrariou a lei ao conceder a permanência. Além disso, ela afirma que não se pode confundir deportação com extradição. A deportação visa enviar o estrangeiro ao seu país de origem ou procedência, caso esteja em situação irregular, enquanto a extradição é determinada para permitir o cumprimento de uma pena.
A magistrada afirma que a deportação de Battisti não afrontaria a decisão de Lula e nem a do Supremo.
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