terça-feira, 11 de agosto de 2015

Curiosidades - Tradições dos imigrantes italianos no RS - parte

O lazer “A ausência de recursos materiais para a prática de esportes e atividades recreativas, fez com que nas primeiras décadas o lazer, sob forma de encontros em famílias (reuniões de vizinhos) ou encontros nas capelas, recebessem a primazia.

 Os jogos diferentes e os esportes foram aparecendo como forma de entretenimento e do cultivo de estar juntos. Não se jogava por dinheiro ou por taças, prêmios e juiz, mas como forma de passar o tempo juntos e de diversão. Por isto, os jogos de baralho, bochas e outros, oportunizavam o crescimento dos contadores de histórias, dos piadistas, dos tomadores de vinho, graspa e cachaça. 

No ambiente da família, o filó tinha lugar principalmente nas temporadas de trabalhos artesanais: preparar palha de milho para chapéus, cestos, bolsas etc. As senhoras aproveitavam o horário após a janta para costurar, remendar roupas de trabalho. Os homens e rapazes auxiliavam nos diferentes trabalhos ou jogavam (jogos de baralho). O filó, propriamente dito, como institucionalização do lazer, congregava várias famílias para conviver, conversar, comer e cantar.

 Várias famílias combinavam de se encontrar ao entardecer, para juntas fraternizarem as próprias experiências. Nesses encontros floresceram a música, a poesia e o humorismo, próprios dos imigrantes. O canto e as manifestações familiares: comida e bebida eram respostas ao profundo desejo de conviver.

 Amar e ser amado. 

O homem só se realiza ao nível da comunicação, não do egoísmo, da auto-suficiência, do egocentrismo. É no dar-se aos outros que ele se encontra e se realiza. É salvando os outros que salva a si mesmo. E os nossos antepassados bem compreendiam isto. Talvez não soubessem dizê-lo. Não eram catedráticos. Mas foram mestres em ensinar a bem viver... 

Extraído do livro Assim vivem os italianos. Autores: Rovílio Costa e Luis A. De Boni - Editora Est (RS).

Colaboração: Mirna Borella Bravo

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