Storie di Famiglia - Famílias Borella e Barison, de Padova

Antonio Borella e Anna Favero, no centro, e seus doze filhos. Meu pai, Severino Aurélio Borella, está à direita, abaixo, de uniforme. Fotos: Acervo pessoal/Mirna Borella Bravo

Sempre foi um sonho meu, descobrir quem era o meu avô Antonio Borella, de onde ele viera, como, e por quê.

Eu sabia apenas que ele falecera em 1946, e minha nonna, Anna Favero, em 1955. Meu pai era criança, quando eles faleceram, ele era o segundo filho mais novo dos doze!

As informações eram as mais desencontradas possíveis. Mas alguém ou alguma coisa me chamava a descobrir mais. Depois de longas tentativas e muitas pesquisas, cheguei até ele! Cheguei até o quinto – avô dele!!!

Descobri que Pietro Borella, de Maserà di Padova, casara-se com Maria Barison, de Cartura, em 1873 e juntos tiveram filhos que vingaram, outros que sucumbiram à carência de tudo que havia na Itália, naquela época...

Tiveram o Santo Ângelo (porque nasceu e logo faleceu), a Thereza, o Giuseppe, o Antonio e o Angelo.

Pietro veio a falecer em 1882, com 31 anos de idade. Três dias após, faleceu seu irmão, Pasquale, com 26 anos, que deixou mulher e dois filhos (uma nascera morta: Elizabetta). Ela chamava-se Pasqua e seus filhos, Giulio e Elisa. Três meses após, morreu o Ângelo, de Pietro e Maria, com três anos!

Duas viúvas e cinco crianças! Os demais Borellas e Barisons, todos partiram per fare l’America... Após muita dificuldade, conseguiram embarcar em 1891, junto a outros familiares, chegando ao Brasil, em dezembro deste mesmo ano.


Severino Aurélio Borella, conhecido como Aurélio

Desembarcaram como BARRISSON, pois Maria era a chefe da família. Maria Barison, Antonio Borella, Theresa Borella, Giuseppe Borella, Giulio Borella, Elisa Borella e Pasqua Comugnian. Daí a dificuldade de se encontrar dados nos arquivos especializados.

Dirigiram-se a Antonio Prado, onde Antonio casou-se com Anna Favero, em 1911.

Antonio, seu irmão Giuseppe e seu primo Giulio pagaram seus lotes com serviços prestados,em obras públicas, tais como construção de estradas. Trabalhadores e estimulados pela esperança de um futuro melhor, partiram na direção de onde, atualmente, fica a cidade de Marau.

Segundo o Padre Antonio Lorenzatto (Os Vênetos-nossos antepassados), eles eram grandes empreendedores e teriam comprado as terras de Amaral, donde provém o nome da cidade, fundada por eles. Giulio fundou o Frigorífico Borella, atualmente de propriedade da Perdigão, e que responde por 70% do PIB da cidade.

Tiveram todos - Antonio, Giuseppe, Thereza, Giulio e Elisa - uma enorme descendência, formada com princípios de honradez, trabalho e ética.

Consegui descobrir toda história da família, da qual muito me orgulho, e dedico estas linhas à minha bisa Maria Barison, corajosa e guerreira, e a meu nonno Antonio.

Seus ensinamentos frutificaram e estão dentro de cada um de nós, e continuarão a florescer e frutificar para sempre!

Deus os tenha!

Mirna Borella Bravo
Porto Alegre - RS
mbbravo@terra.com.br

Publicado originalmente em www.oriundi.net em 16.08.2007