segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Aída em superprodução


Cabelos brancos revoltos, gestos largos, o maestro Walter Haupt é categórico: 'Queremos colocar a Aida de Verdi em uma nova perspectiva.' É mais difícil fazer do que falar. Uma das óperas mais conhecidas do repertório, montada à exaustão mundo afora, Aida tem também daqueles trechos famosos que extravasam o mundo da ópera, caso da Marcha Triunfal. Mas, continuando: como fazer isso? 'Com um forte ponto de partida estético, elaborado e levado a cabo durante toda a encenação, utilizando efeitos técnicos como projeções e a presença do fogo, que serve de símbolo do poder político e religioso que é pano de fundo da ópera, assim como faz alusão à presença da guerra.'

Antepenúltima obra de Verdi, Aida se passa no Egito, onde Radamés é escolhido para comandar o exército egípcio contra os etíopes. Ele vence a batalha. Mas ele ama Aida, princesa da Etiópia. E é amado por Amneris, princesa do Egito, de quem Aida é escrava. Entre o amor, a pátria e a honra, ele se vê abdicando da esperança de reinar sua terra natal para ficar com a mulher que ama. Da mesma forma, Aida se coloca entre o amor por Radamés e a responsabilidade que tem com seu povo. E Amneris, pelo amor que sente por Radamés, à medida que a ópera chega ao final, se vê disposta a relegar a traição que Radamés comete contra seu povo para suspender sua sentença de morte e aceitá-lo como marido. Em outras palavras, Aida fala da oposição entre pátria e paixão, entre honra e amor, com algumas das mais belas melodias de Verdi como trilha sonora.

Aida - Monumental Opera. Credicard Hall (4.000 lug.). Avenida Nações Unidas, 17.955, Santo Amaro, 6846-6010. 5.ª e 2.ª, 21h; 6.ª, 22h; sáb., 17h e 22h; dom., 15h30 e 20h30.R$90 a R$320. Até 4/11.

Fonte: Divulgação

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