sábado, 1 de agosto de 2009

Festa do Morango em Domingos Martins, Espírito Santo

O colorido se destaque em meio à paisagem. Os morangos chamam a atenção não só pela cor, mas também pelo tamanho e pelo sabor.

“O nosso morango é doce. As pessoas vêm de Vitória procurar nosso morango na roça. Você oferece um morango para degustação e a pessoa acaba levando de duas a três caixas. Sempre tem gente nova chegando”, falou o agricultor Paulo Ronchi.

A fruta garante o sustento da família Ronchi. A criançada aproveita a lavoura no quintal de caca. “De vez em quando tem que vir pegar um. Eu como muito”, admitiu o estudante Murilo Ronchi.

Os pés estão carregados e o morango bem maduro. “De junho a final de agosto são nossos melhores meses. A procura é maior”, contou o agricultor Sergio Ronchi.

A colheita do morango é comemorada com festa no final de semana em Domingos Martins, na região de montanhas do Espírito Santo. Tudo acontece em um espaço aos pés da pedra azul, conhecido como morangão. Até domingo, mais de 20 mil pessoas devem passar pelo lugar. Este ano, tem novidade.

“A atração da festa este ano é uma torta que tem aproximadamente 200 quilos”, contou Hilton Passos, coordenador da festa.

Para preparar a torta foram gastos mais de 800 ovos, trinta e cinco quilos de trigo, noventa quilos de açúcar, dezesseis litros de leite e cem latas de leite condensado, além de 35 quilos de morango. E a produção não parou por aí. Voluntárias da festa fizeram outras 300 tortas menores. Elas garantem que ninguém sai do lugar sem experimentar pelo menos um pedaço.

A Festa do Morango termina no domingo dia 2 de agosto.


Um pouco mais sobre Domingos Martins no Espírito Santo

O município de Domingos Martins foi colonizado por alemães, pomeranos e italianos, que a partir de meados do século XIX deixaram a Europa para começar uma vida nova no Brasil.

Os primeiros a chegar foram os alemães, em 1847, quando fundaram em Santa Isabel, neste município, a primeira colônia alemã no Espírito Santo. O grupo era formado por 39 famílias, sendo 23 católicas e 16 luteranas, vindas da região montanhosa do Hunsrück (Costa do Cachorro), na Prússia Renana, das cidades de Koblenz, Lötzbeuren e Traben-Trarbach, em número de 163 pessoas.

Em 1859, somaram-se aos primeiros colonos outros alemães, provenientes da região do Hesse do Reno. Entre 1857 e 1873, ocorreu o fluxo de pomeranos para a região de Santa Leopoldina e Melgaço.

Os pomeranos vieram da região que ficava situada entre o norte da Alemanha Ocidental e a Polônia. Ela fazia parte da Alemanha desde 1200. Durante o feudalismo estava vinculada ao Império Prussiano, mas, a partir de 1945, dois terços da Pomerânia foram anexados à Polônia e a outra parte ficou na Alemanha.

Embora haja registros sobre a chegada de pomeranos ao Espírito Santo entre 1829 e 1833, para participarem da construção e limpeza da estrada projetada Vitória (ES) – Ouro Preto (MG), eles não fundaram colônias nem se estabeleceram de imediato no Estado. Muitos nem permaneceram na região.

O fluxo de pomeranos para as regiões de Santa Leopoldina e Melgaço se deu mais tarde, entre 1857 e 1873, num total aproximado de 2.143 pessoas. Os pomeranos que hoje se encontram em Domingos Martins se concentram mais em Melgaço (na Sede e na localidade de Califórnia) e em Paraju (na Sede e nas localidades de Tijuco Preto e Rio Ponte). Eles vieram da província pomerana das regiões de Koslin, Kolberg, Greifswald e outras. Chegaram à colônia de Santa Isabel subindo o rio Santa Maria da Vitória até a cachoeira de Santa Leopoldina.

A partir de 1859, vieram, também, os primeiros italianos para a colônia de Santa Isabel. Nessa época havia em Santa Isabel, 27 italianos, mas o maior fluxo de italianos para a região começou em 1875. A ocupação italiana concentrou-se no distrito de Aracê. No início do século vinte (por volta de 1900) apareceram na região os primeiros imigrantes italianos. A sua chegada ocorreu por caminhos até então desconhecidos pelos alemães e que foram desbravados a partir de outras direções. Uma primeira leva chegou pelo lado de São Floriano, subindo de Alfredo Chaves pela região de São Bento de Urânia. Eles chegaram até o alto de Pedreiras e começaram a atrair outras famílias que foram adquirindo a posse dos alemães que voltavam para a região de São Rafael. Uma outra leva chegou por trás da Pedra Azul, passando por Castelinho em direção a São Paulinho.

A colônia progrediu gradativamente e logo emancipou-se de Viana. Foi elevada à condição de Freguesia em 1869 e Distrito Policial em 1878. No dia 20 de outubro de 1893 o município de Santa Isabel desmembrou-se de Viana por meio do Decreto Estadual Nº 29.

Pela Lei Estadual nº 1307, de 30 de dezembro de 1921, o município de Santa Isabel passou a denominar-se Domingos Martins, em homenagem ao herói capixaba Domingos José Martins, que nasceu em 9 de maio de 1781 no município de Itapemirim e participou como líder da Revolução Pernambucana, tendo sido fuzilado em 12 de junho de 1817 na Bahia.

Globo Rural /www.agronline.com.br / Wikipédia

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