ROMA, 16 MAR (ANSA) - O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, afirmou hoje que "a aliança notória entre a esquerda e uma parte da magistratura [do país] intervém indevidamente na campanha eleitoral para influenciar o voto dos cidadãos".
O premier retomou hoje o tema das votações dos próximos dias 28 e 29, quando os italianos renovarão 13 das 20 administrações regionais, um pleito que será marcado pelo caos das listas do governista partido Povo da Liberdade (PDL).
Nos últimos dias, após ter sido excluído das votações das regiões de Lazio e Lombardia, o partido de Berlusconi poderia voltar às disputas com o decreto-lei firmado pelo presidente do país, Giorgio Napolitano.
Contudo, a Justiça de Lazio manteve a negativa à participação do PDL na província de Roma, onde reside mais de 70% da população dessa região. A legenda foi excluída da competição por não ter apresentado a lista dentro das normas. Já na Lombardia, os magistrados voltaram atrás após a primeira decisão e aceitaram a candidatura de Roberto Formigoni (PDL) ao governo.
Segundo Berlusconi, a esquerda e os juízes "tentaram" tirar seu partido da disputa na Lombardia e em Roma, "onde não consentiram que nossas listas concorressem, e tentaram fazer todos acreditarem que a culpa era de nossos delegados".
O premier também fez referência às notícias divulgadas recentemente pela imprensa local e, depois confirmadas oficialmente, de que ele seria investigado por pressionar a agência reguladora de comunicações do país para censurar programas que seriam críticos ao seu governo.
"Após este novo ataque, devemos reagir", continuou Berlusconi, que reiterou sua convocação por uma mobilização no próximo sábado. "Dia em que, todos juntos, faremos uma manifestação na Praça São João de Latrão em Roma [a maior da cidade, ndr.] para defender nosso direito de votar e a privacidade e para reiterar os resultados do nosso governo e para firmar os compromissos concretos de trabalho aos treze candidatos a governador", completou.
Há uma semana, após o Departamento Eleitoral de Roma também rejeitar a participação do PDL nas votações, Berlusconi fez a primeira convocação a uma "grande manifestação em defesa do direito ao voto".
Antes, em fevereiro passado, o premier também acusou a esquerda de promover uma campanha pela "invasão dos estrangeiros", com o objetivo de aumentar seu eleitorado. A esquerda "não quer imigração, mas a invasão de estrangeiros para mudar a base eleitoral", declarou na ocasião.
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