Maria Angélica Oliveira,Do G1, em São Paulo
O presidente Lula presenteia o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, com a camisa da Seleção brasileira, nesta segunda- feira (29).(Foto: Ricardo Stuckert / PR )
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta terça-feira (29), que a campanha eleitoral no Brasil não irá influenciara tomada de decisão sobre o processo de extradição do italiano Cesare Battisti, que está preso no Brasil.
Durante entrevista coletiva ao lado do primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, em São Paulo, Lula foi questionado se pretende deixar a decisão para depois das eleições para evitar um eventual desgaste na campanha ou para o próximo presidente.
Ele respondeu que decidirá sobre o caso "independentemente do processo eleitoral" e disse acreditar que o desfecho, qualquer que seja, não causará "nenhum arranhão" na relação entre os dois países.
Em novembro de 2009, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a extradição de Battisti, mas deixou a palavra final sobre o caso com presidente. Acusado e condenado à revelia na Itália pela autoria de quatro homicídios na década de 1970, quando integrava a organização Proletários Armados para o Comunismo (PAC), o italiano cumpre prisão preventiva em Brasília desde 2007. Em janeiro de 2009, o Ministério da Justiça concedeu refúgio a ele sob o argumento de "fundado temor de perseguição”. O refúgio, porém, foi anulado pelo Supremo. Battisti sempre negou envolvimento com os crimes.
O presidente voltou a dizer que só irá se pronunciar sobre o assunto quando tiver os autos do processo e o parecer da Advocacia-Geral da União (AGU). "Por enquanto, a AGU está estudando a decisão da suprema corte e tem o tempo que for necessário para me dar um parecer adequado. Quando tiver o parecer, vou votar independentemente do processo eleitoral. E também tenho a dimensão que a relação do Brasil e da Itália é tão forte que qualquer que seja a decisão sobre o Cesare Battisti não trará nenhum arranhão na relação Itália-Brasil."
Lula disse ainda que a questão sobre Battisti não é política, mas sim, jurídica. "Tomarei essa decisão com muita tranqüilidade. Aqui no Brasil, conheço gente que é contra [a extradição] e gente que é a favor. Na Itália, conheço gente contra, conheço gente a favor. Eu não tenho que me preocupar com os contra e com os a favor daqui nem da Itália. Tenho que me preocupar com a decisão brasileira que será soberana e será com base nos autos do processo e da orientação da Advocacia-Geral da União."
Copa do Mundo
Durante o encontro, Lula deu uma camisa da seleção brasileira autografada para o primeiro-ministro italiano. Lula ainda lamentou o fato de a Itália já estar eliminada da Copa do Mundo.
"Seleção vai bem, lamento que não tenhamos uma final com a itália. Lamento porque gostaria de ter uma final com a itália. Mas, de qualquer forma, acho que vamos ter quatro países do Mercosul na final", afirmou o presidente.
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