terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Anistia internacional pede que Berlusconi intervenha em situação na Líbia

Roma  -  A Anistia Internacional (AI) pediu que o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, pressione o ditador da Líbia, Muammar Kadafi, pelo fim imediato e incondicionado da violação dos direitos humanos que estão ocorrendo no país norte-africano, em virtude de sua relação "estreita e duradoura" com o líder líbio.

O pedido foi formalizado nesta manhã, no horário local, em uma carta do secretário-geral da organização, Salil Shetty. No documento, ele pede também que Roma suspenda o acordo de 2008 com Tripoli sobre imigração e, consequentemente, o fim das operações conjuntas com a polícia líbia sobre o controle dos fluxos migratórios para o litoral italiano.

Na carta, endereçada também ao chanceler da Itália, Franco Frattini, e ao ministro do Interior, Roberto Maroni, a organização internacional pede que o governo de Berlusconi também suspenda o fornecimento de armas, munições e veículos blindados para a Líbia até que não haja mais riscos de violações de direitos humanos da população do país.

O acordo migratório prevê que as forças de segurança de Kadafi patrulhem a costa Mediterrânea para evitar que barcos levem imigrantes ilegais para a Itália. No ano em que o tratado bilateral foi assinado, mais de 31 mil africanos entraram na nação europeia pelo mar. Após 2008, o número diminuiu 92%.

No ano seguinte, a Anistia Internacional denunciou que a Itália estaria interceptando refugiados em águas internacionais e enviando-os, sem proteção, para a Líbia, onde os migrantes sofriam maus tratos e eram obrigados a retornar ao seu país de origem. De acordo com a entidade, entre 6 e 11 de maio daquele ano, Roma teria interceptado cerca de 500 pessoas para a nação de Muammar Kadafi.

Este é o segundo pronunciamento da organização internacional sobre a migração ilegal para a Itália nas últimas duas semanas, quando uma massa de imigrantes ilegais, principalmente de tunisianos, atracou na costa sul do país europeu, principalmente na ilha de Lampedusa. O êxodo, iniciado em 10 de fevereiro, após a crise política na Tunísia, já levou mais de 5.000 imigrantes à costa sul da nação de Berlusconi.

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