Túnis - O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, iniciou hoje uma visita à Tunísia para encontrar-se com o presidente tunisiano, Foued Miebazaa, e com o premier do governo transitório, Beji Caid Essebsi, na primeira viagem oficial após a revolta que depôs o ex-presidente Ben Ali.
Berlusconi chegou em Tunis acompanhado do ministro italiano do Interior, Roberto Maroni, e antes de entrar no palácio do governo provisório tunisiano, declarou que a Itália e a Tunísia são "países amigos".
"Somos um país amigo e queremos resolver os nossos problemas com um espírito de colaboração e de amizade", afirmou.
O encontro ocorre em um momento em que a Itália tem recebido quase diariamente imigrantes ilegais, em sua maioria tunisianos, que chegam de barco na costa sul do país para fugir dos conflitos do norte da África.
Pouco mais de uma centena de imigrantes deste país africano que estão alojados em um acampamento de Manduria dormiu na parte de fora do local para protestar contra os atrasos na obtenção de uma autorização de residência temporária ou de asilo.
A ilha de Lampedusa, o principal destino dos imigrantes fugidos do Magreb islâmico, recebeu dois barcos no meio da noite com 210 imigrantes.
No total, dez embarcações atracaram no porto da cidade levando 600 pessoas, uma vez que as condições climáticas favoreciam a navegação.
Com o aumento do número de imigrantes que chegavam à ilha e a situação de emergência inclusive sanitária por causa da situação, o governo italiano decidiu transferir alguns estrangeiros para outras localidades do país.
Um barco de Lampedusa com 1.731 pessoas atracou em Catania nas últimas horas e cerca de 500 foram levados para o centro de acolhimento Caltanisseta por um ônibus. Os demais continuaram na embarcação e serão levados para Trapani e Nápoles.
Berlusconi esteve em Lampedusa na última quarta-feira, quando prometeu retirar os imigrantes que chegaram nas últimas semanas na ilha em, no máximo, 60 horas -- prazo que se esgota hoje.
As autoridades italianas calculam que os centros de acolhimento da ilha tenham recebido mais de seis mil pessoas.
Por se localizar na parte mais sul da Itália, Lampedusa já recebe normalmente muitos imigrantes ilegais provindos da África. Com as crises políticas em Tunísia, Egito e Líbia, o fluxo migratório para o local aumentou nos últimos meses.
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