quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Itália deve melhorar políticas de inclusão, diz Comissário Europeu


alt“É preciso prevenir violações dos direitos humanos em casos de repatriamentos”

"A lentidão dos processos e o tratamento dispensado aos ciganos e aos migrantes constituem sérias preocupações em matéria de direitos humanos na Itália", afirma o Comissário para os Direitos Humanos do Conselho da Europa, Nils Muiznieks, em relatório realizado após a sua visita ao país em julho deste ano.
No documento, publicado ontem em Estrasburgo, Muiznieks elogia a aprovação da primeira estratégia nacional para a inclusão de cidadãos das etnias “rom” e “sinti” na Itália.

"Agora é preciso traduzí-la em ações concretas. As políticas de segregação em acampamentos e de despejos forçados devem ser interrompidas definitivamente. Há também uma necessidade de continuar a combater o preconceito contra ciganos, que permanece em discursos políticos e na mídia. Infelizmente, algumas medidas tomadas recentemente, como a redução drástica do UNAR, o escritório anti-discriminação da ONU, podem dificultar as medidas de inclusão dos ciganos e a luta contra a discriminação", diz.

O comissário se diz satisfeito com a decisão das autoridades italianas de não darem continuidade à política de repatriamento de imigrantes para a Líbia, que constitui uma violação dos direitos humanos. "A renegociação do acordo bilateral com a Líbia deve incluir garantias adequadas para prevenir a violações dos direitos humanos em caso de detenções e de expulsões. É preciso também evitar que violações semelhantes ocorram na aplicação de outros acordos, como no caso das repatriações para o Egito, Tunísia e Grécia".
Muiznieks ressalta que a ausência de um sistema de integração para os refugiados e outros beneficiários de proteção internacional coloca a Itália em conflito com as obrigações no campo dos direitos humanos. "A situação chocante dos cerca de 800 refugiados e beneficiários de proteção internacional que ocupam o chamado ‘Palácio da Vergonha’ em Roma ilustra a situação de privação que muitas vezes os refugiados encontram na Itália."

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